Publicado em 23 de junho de 2025 às 11:22
O cenário de conflito no Oriente Médio ganhou um novo e preocupante capítulo. Neste fim de semana, o Iêmen anunciou sua entrada oficial na guerra ao lado do Irã, ampliando ainda mais a tensão geopolítica na região após uma série de ataques coordenados por Israel e Estados Unidos a alvos militares e nucleares iranianos.>
A confirmação da entrada iemenita no confronto veio por meio do brigadeiro-general Yahya Saree, porta-voz das Forças Armadas do país, que publicou uma declaração em suas redes sociais no sábado (21). No comunicado, ele deixou claro que qualquer navio americano que se aproximar das águas territoriais do Iêmen será considerado um alvo legítimo:>
“O Iêmen está oficialmente entrando na guerra. Mantenham seus navios longe de nossas águas. Estamos prontos para atacar embarcações e navios de guerra dos EUA no Mar Vermelho, caso se unam ao inimigo israelense contra a República Islâmica do Irã”, disse. >
O anúncio foi divulgado após uma ofensiva aérea conjunta dos EUA e de Israel contra instalações estratégicas do Irã, incluindo a base subterrânea nuclear de Fordow, um dos locais mais protegidos do programa atômico iraniano. A instalação, localizada no interior de uma montanha, havia sido atingida pelos EUA no sábado e voltou a ser bombardeada por Israel na manhã desta segunda-feira (23).>
Israel também intensificou os ataques aéreos em Teerã, capital iraniana. Segundo o ministro da Defesa, Israel Katz, as Forças de Defesa de Israel (IDF) estão conduzindo uma operação “sem precedentes” contra alvos ligados à Guarda Revolucionária do Irã (IRGC). Entre os alvos atingidos estão a sede da organização Basij e o Corpo de Alborz, estruturas estratégicas que atuam na repressão interna e segurança do regime iraniano.>
As explosões resultaram em enormes colunas de fumaça no céu de Teerã e, segundo a IDF, vários soldados iranianos foram mortos nos ataques.>
O posicionamento do Iêmen é visto como um ponto de inflexão no conflito, já que amplia a frente de combate no Mar Vermelho, área estratégica para o comércio internacional. A aliança declarada com o Irã fortalece o chamado “Eixo da Resistência”, que também inclui grupos como Hezbollah (Líbano) e milícias da Síria e do Iraque, todos contrários à presença dos EUA e de Israel na região.>
Além de se posicionar contra os bombardeios a Teerã, as Forças Armadas iemenitas também condenaram, em nota oficial, os ataques israelenses a Gaza, Líbano, Síria e outros países árabes e muçulmanos, acusando Israel de tentar desestabilizar toda a região com apoio direto dos Estados Unidos.>