Justiça argentina anula julgamento de médicos acusados pela morte de Maradona

Processo é invalidado após revelação de que juíza participava de documentário sobre o caso; novo julgamento deverá ser agendado.

Publicado em 29 de maio de 2025 às 14:07

Reprodução
Reprodução Crédito: Estadão

A Justiça argentina anulou, nesta quinta-feira (29), o julgamento dos sete profissionais de saúde acusados de envolvimento na morte de Diego Armando Maradona, falecido em 25 de novembro de 2020. A decisão foi tomada após a juíza Julieta Makintach ser afastada do caso por participar de um documentário sobre o processo, comprometendo a imparcialidade do tribunal. 

Makintach foi flagrada em gravações para a minissérie “Justicia Divina”, que abordava o julgamento em andamento. Sua participação sem autorização judicial gerou críticas e levantou dúvidas sobre a neutralidade do processo. Diante disso, tanto a defesa quanto a acusação solicitaram a anulação do julgamento, pedido que foi acatado pelos demais juízes do tribunal de San Isidro. 

O julgamento, iniciado em 11 de março de 2025, já havia realizado 21 audiências e ouvido 44 testemunhas, incluindo familiares de Maradona. Com a anulação, todo o processo deverá ser reiniciado, o que poderá adiar a retomada do caso para 2026. 

Os sete profissionais de saúde — entre eles o neurocirurgião Leopoldo Luque, a psiquiatra Agustina Cosachov e o psicólogo Carlos Díaz — enfrentam acusações de “homicídio simples com dolo eventual”, que prevê penas de 8 a 25 anos de prisão. A Promotoria alega que houve negligência no tratamento domiciliar de Maradona, que se recuperava de uma cirurgia no cérebro. 

A família de Maradona expressou frustração com o adiamento do processo e espera que um novo julgamento seja agendado em breve para esclarecer as circunstâncias da morte do ídolo argentino.