Justiça dos EUA autoriza liberdade de brasileira ligada à porta-voz da Casa Branca

Bruna Carolina Ferreira, presa por suposta permanência irregular no país, deixará centro de detenção na Luisiana após pagar fiança de US$ 1,5 mil.

Publicado em 9 de dezembro de 2025 às 09:45

Justiça dos EUA autoriza liberdade de brasileira ligada à porta-voz da Casa Branca
Justiça dos EUA autoriza liberdade de brasileira ligada à porta-voz da Casa Branca Crédito: Reprodução/Redes Sociais

A brasileira Bruna Carolina Ferreira, presa desde 12 de novembro em um centro de detenção do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE) na Luisiana, teve sua soltura autorizada nesta segunda-feira (08), por uma juíza de imigração dos Estados Unidos. A liberação, entretanto, depende do pagamento de uma fiança de US$ 1.500, cerca de R$ 8,1 mil, que deve ser concluído até esta terça-feira (09).

O caso ganhou repercussão nacional nos EUA por envolver uma pessoa próxima à Karoline Leavitt, porta-voz da Casa Branca no governo Donald Trump. Bruna é mãe do sobrinho de Leavitt: ela teve um filho com Michael Levitt, irmão da assessora, de quem a porta-voz é madrinha.

Defesa nega irregularidades

De acordo com o Departamento de Segurança Interna (DHS), Bruna teria permanecido 26 anos além do prazo permitido pelo visto de turista com o qual entrou no país, que expiraria em junho de 1999. O órgão também afirma que ela chegou a ser detida por agressão.

A defesa rejeita as duas alegações. O advogado Todd Pormeleau afirmou que “Bruna não tem histórico criminal nenhum” e classificou como falsa a informação sobre agressão. Segundo ele, a brasileira estava “legalmente nos Estados Unidos pelo programa DACA e em processo para adquirir o green card”.

O defensor ainda criticou a narrativa divulgada por autoridades: “Não é criminosa nem imigrante ilegal. Estão dizendo isso sobre qualquer pessoa que não seja cidadã americana”.

Processo não teve objeção do governo

Segundo o Washington Post, o representante jurídico do governo Trump não contestou a liberação provisória, reconhecendo que Bruna não representa risco à comunidade nem possibilidade de fuga.

Bruna foi detida em Revere, Massachusetts, e depois transferida para a Luisiana, onde permanecia sob custódia. A expectativa é de que ela deixe o centro de processamento ainda hoje.

Porta-voz mantém silêncio

Karoline Leavitt, personagem central do entorno político do ex-presidente Donald Trump e uma das figuras mais expostas do atual governo, não se manifestou publicamente sobre o caso que envolve a ex-cunhada e madrinha de seu sobrinho.

A situação segue em trâmite na Justiça de imigração, que continuará analisando o status migratório da brasileira nos próximos meses.