Maduro acusa EUA de tentar tomar petróleo venezuelano sob pretexto de combate às drogas

Em meio à intensificação das ações militares dos Estados Unidos na América Latina, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, enviou neste domingo (30), uma carta à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) acusando o governo Donald Trump de tentar se apropriar das reservas petrolíferas venezuelanas, consideradas as maiores do planeta. Segundo o líder chavista, Washington utiliza o combate ao tráfico internacional de drogas como justificativa para avançar militarmente sobre o país.

No documento, direcionado ao secretário-geral da organização, Haitham al-Ghais, Maduro afirma que os EUA estariam preparando o uso de “força militar letal” contra o território venezuelano, com risco direto à população e às instituições nacionais. Ele pede que a OPEP e os países do grupo OPEP+ intervenham politicamente para conter o que classifica como uma ameaça à segurança energética global.

A denúncia ocorre um dia após Donald Trump declarar “totalmente fechado” o espaço aéreo da Venezuela, movimento que analistas internacionais consideram um indicativo de possível operação militar por via aérea e terrestre. O presidente norte-americano, entretanto, não detalhou oficialmente a medida.

A escalada faz parte de uma campanha mais ampla conduzida pelos EUA na região. Navios de guerra, aeronaves de combate e tropas de fuzileiros navais atuam no Caribe e no Pacífico, onde cerca de 22 embarcações já foram bombardeadas sob a alegação de envolvimento com o tráfico internacional de drogas. Apesar das acusações, o governo norte-americano não apresentou provas públicas até o momento.

Maduro é apontado por Washington como líder do cartel de Los Soles, grupo que foi recentemente incluído pelo governo Trump na lista de organizações terroristas. A administração norte-americana também lançou a operação militar Lança do Sul, anunciada como ofensiva direta contra cartéis latino-americanos, entre eles, o próprio Los sole.

Em declarações recentes, Trump afirmou que ataques ao território venezuelano “podem acontecer em breve”, elevando ainda mais a tensão diplomática e militar entre os dois países. Já o presidente venezuelano sustenta que o real objetivo da ofensiva seria o domínio de suas reservas energéticas: “A Venezuela denuncia formalmente perante a OPEP que os Estados Unidos pretendem apoderar-se de nossas vastas reservas de petróleo”, diz a carta.

A OPEP ainda não se manifestou oficialmente sobre o pedido de apoio.