Publicado em 1 de julho de 2025 às 09:02
Os cortes massivos promovidos pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no orçamento da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) arriscam não só levar ao fim da maior agência governamental de cooperação internacional do mundo, como também à morte de mais de 14 milhões de pessoas até 2030 – sendo 4,5 milhões crianças menores de cinco anos.>
A Organização das Nações Unidas anunciou, no dia 16 de junho, uma drástica redução na ajuda humanitária devido aos cortes de financiamento, principalmente o feito pelos Estados Unidos. Conforme o Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários, o novo plano alcança US$ 29 bilhões em financiamento para ajudar, pelo menos, 114 milhões de pessoas que enfrentam necessidades de risco de vida em todo o mundo. O número reflete em 60 milhões de pessoas a menos do que o planejado em dezembro do ano passado.>
O novo valor de financiamento anunciado é muito inferior aos US$ 44 bilhões que seriam para ajudar quase 180 milhões de pessoas vulneráveis, incluindo refugiados, em mais de 70 países. Quase na metade do ano, menos de 13% dos valores planejados para 2025 foram recebidos.>
Além do fim dos programas de ajuda pela Agência de Desenvolvimento dos Estados Unidos, decidido por Donald Trump no início do ano, outros países do ocidente também reduziram os financiamentos.>
O subsecretário-geral de Assuntos Humanitários da ONU, Tom Fletcher, disse que os cortes são uma "matemática cruel". "Muitas pessoas não receberão o apoio de que precisam", mas os agentes da ONU tentarão salvar "o máximo de vidas possível" com os recursos disponíveis, completou. Ainda segundo Fletcher, toda a ajuda humanitária solicitada corresponde a apenas 1% dos gastos militares com guerras no ano passado.>
O comunicado do Escritório da ONU para Assuntos Humanitários informou que a prioridade será alcançar as pessoas que enfrentam as necessidades mais urgentes, em condições extremas ou catastróficas. Em segundo lugar, irão considerar a resposta humanitária já realizada até agora, para que os recursos sejam usados o mais rápido possível.>
Em maio, a ONU alertou que a insegurança alimentar aguda e a desnutrição infantil aumentaram pelo sexto ano consecutivo. A desnutrição atinge níveis extremamente altos na Faixa de Gaza, Mali, no Sudão e no Iêmen. Quase 38 milhões de crianças menores de cinco anos ficaram gravemente desnutridas em todo o mundo, ano passado.>