Milão se despede de Giorgio Armani em velório aberto ao público

Milhares de pessoas formaram longas filas neste sábado (06), para se despedir de Giorgio Armani, um dos maiores ícones da moda mundial, falecido na última quinta-feira (4), aos 91 anos. O corpo do estilista foi velado no Teatro Armani, em Milão, espaço que simboliza sua trajetória e abriga a sede de seu império fashion.

A cerimônia contou com grande comoção popular. Fãs viajaram de diferentes cidades e países para prestar homenagem ao criador que marcou gerações com seu estilo elegante e minimalista. O local foi ornamentado com coroas de rosas-brancas e livros de condolências, que reuniram mensagens de admiradores anônimos e personalidades do mundo da moda. Entre os presentes estavam Donatella Versace, referência da alta-costura italiana, e John Elkann, presidente da Ferrari.

Segundo o jornal Corriere della Sera, Armani morreu em decorrência de uma insuficiência hepática súbita, após complicações de uma pneumonia que o manteve hospitalizado em junho. A Prefeitura de Milão decretou luto oficial pela perda de um de seus cidadãos mais ilustres.

A capela ardente ficará aberta ao público durante o fim de semana, das 9h às 18h (4h às 13h no horário de Brasília), em um espaço que já foi uma antiga fábrica de chocolate da Nestlé e hoje é considerado um dos símbolos culturais da capital italiana da moda. O enterro será realizado de forma privada na segunda-feira (8).

O legado de Armani

Criador de um império de luxo avaliado em bilhões de euros, Armani vestiu nomes de Hollywood, estrelas da música, líderes políticos e membros da realeza. Sua assinatura era reconhecida pela discrição refinada e pela sofisticação dos detalhes.

Algumas curiosidades de sua trajetória reforçam a dimensão de sua obra:

• Antes da moda, Armani chegou a cursar medicina, mas abandonou os estudos para servir ao exército.

• Iniciou sua carreira como vitrinista em uma loja de departamentos em Milão.

• Ficou conhecido por popularizar o terno feminino, rompendo barreiras de gênero na indústria da moda.

• Em 1998, marcou um momento histórico quando Fidel Castro apareceu usando um de seus ternos para receber o Papa João Paulo II.

Mais do que um estilista, Giorgio Armani ajudou a redefinir a moda contemporânea, transformando Milão em referência global e deixando uma marca que transcende passarelas.