Portugal reconhece oficialmente o Estado da Palestina às vésperas da Assembleia da ONU

Decisão, anunciada pelo chanceler Paulo Rangel, reforça apoio à solução de dois Estados e ocorre em meio a movimentações diplomáticas internacionais.

Publicado em 21 de setembro de 2025 às 19:30

Portugal reconhece oficialmente o Estado da Palestina às vésperas da Assembleia da ONU
Portugal reconhece oficialmente o Estado da Palestina às vésperas da Assembleia da ONU Crédito: Reprodução

Portugal anunciou neste domingo (21), que passa a reconhecer oficialmente o Estado da Palestina. A declaração foi feita pelo ministro das Relações Exteriores, Paulo Rangel, em Lisboa, e coloca o país ao lado de outras nações ocidentais, como Reino Unido, Canadá e Austrália, que já haviam declarado posição semelhante mais cedo.

Para o chanceler português, a medida atende a uma política “fundamental, coerente e amplamente consensual”. Rangel destacou ainda que Lisboa defende a criação de dois Estados como o único caminho viável para alcançar uma paz duradoura e a convivência pacífica entre israelenses e palestinos.

O anúncio ocorre em um momento estratégico: um dia antes da abertura da 80ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York, onde cerca de dez países devem oficializar o reconhecimento da Palestina durante a sessão desta segunda-feira (22).

Repercussão internacional

O reconhecimento do Estado palestino é uma demanda histórica em fóruns multilaterais. A ONU já concedeu à Palestina o status de “Estado observador não membro” em 2012, mas a busca pela plena adesão continua sendo um dos principais objetivos da liderança Palestina.

A decisão de Portugal e de outras nações ganha peso diplomático às vésperas do Debate Geral da ONU, que terá início em 23 de setembro. O encontro reunirá chefes de Estado e de governo de todo o mundo. Como ocorre tradicionalmente desde 1947, o Brasil será o responsável pelo discurso de abertura, neste ano feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Com a movimentação de países ocidentais e a expectativa de novas adesões durante a Assembleia, cresce a pressão internacional por avanços concretos na busca por uma solução política para o conflito no Oriente Médio.