Publicado em 25 de julho de 2025 às 15:41
O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, voltou a se posicionar de forma contundente sobre o conflito entre Rússia e Ucrânia. Em entrevista concedida nesta quinta-feira (25) à emissora estatal Rádio Kossuth, o líder húngaro declarou que a Ucrânia enfrenta uma desvantagem irreversível no campo de batalha. Segundo ele, o tempo joga contra Kiev, e uma vitória sobre Moscou é “impossível”.>
“Já era assim no ano passado, e continua sendo agora: o tempo não está do lado da Ucrânia”, afirmou Orban. “Esta guerra, para eles, está perdida.”>
A fala ocorre no momento em que representantes russos e ucranianos se reuniram em Istambul para mais uma tentativa de avanço nas negociações diretas. Embora não tenha havido progresso político significativo, houve entendimento em áreas humanitárias, como a troca de prisioneiros e a repatriação de corpos de soldados mortos.>
Tentativas frustradas de mediação>
Em julho de 2024, Orban esteve em Kiev para propor um cessar-fogo entre os dois países, alegando que, à época, as condições para diálogo eram mais favoráveis do que atualmente. O líder conservador também viajou a Moscou em um esforço diplomático duplo, mas esbarrou na desconfiança mútua entre os envolvidos.>
Segundo o premiê, tanto russos quanto ucranianos temem que qualquer trégua temporária possa ser usada pelo outro lado para reagrupamento estratégico. “Tentei mostrar ao presidente Zelensky que ninguém jamais derrotou uma potência nuclear. Hoje, alcançar a paz ficou ainda mais distante”, afirmou Orban.>
Ele acrescentou que, apesar dos alertas feitos, quem sofre as consequências são os próprios ucranianos. “O custo humano é pago por eles, não por nós.”>
Negociações estagnadas>
A nova rodada de negociações entre os dois países aconteceu na quarta-feira (24), em Istambul, e durou menos de uma hora. Participaram do encontro Vladimir Medinsky, conselheiro próximo ao presidente russo Vladimir Putin, e Rustem Umerov, secretário do Conselho de Segurança Nacional da Ucrânia.>
Entre os poucos resultados concretos, estão o acordo para libertação de cerca de 1.200 prisioneiros e a proposta russa de devolver 3 mil corpos de soldados ucranianos. Também foi sugerida a criação de três grupos de trabalho online, focados em temas políticos, militares e humanitários, para dar continuidade>