Saiba quem foi Leão, primeiro papa a usar nome do novo líder da Igreja Católica

O Cardeal Robert Francis Prevost foi escolhido para ser o novo papa e adotou o nome Leão XIV para assumir a liderança da Igreja católica. Isso indica que o novo pontífice pretende dar uma continuidade ao legado de Leão, primeiro a adotar esta nomeação.

Conhecido também como Leão Magno, Leão I foi o 45º papa da Igreja Católica. Ele assumiu o papado em 29 setembro de 440, (século V) e permaneceu no cargo por 21 anos.

Seu pontificado ficou marcado pela centralização do governo da Igreja Romana, e um dos episódios marcantes da trajetória foi o enfrentamento que fez a Átila, líder dos hunos, em 452. O encontro ocorreu perto de Mântua, no rio Mincio. Segundo a história, após a conversa, Átila teria desistido de invadir Roma.

Três anos depois, o pacificador Papa Leão interveio novamente a favor de Roma, enfrentando Vândalos liderados por Genserico. Graças à sua atuação, Roma foi saqueada, mas não incendiada, e as principais basílicas da cidade permaneceram intactas.

Leão I também se destacou na defesa da doutrina. Ele influenciou o Concílio de Calcedônia, que definiu a natureza humana e divina de Cristo e rejeitou a heresia de Eutiques, numa época de grande crise enfrentada pela a Igreja.

Foi o responsável por escrever o 'Tomo de Leão', uma carta enviada por ele ao patriarca de Constantinopla, Flaviano. O documento explica como Cristo tem duas naturezas, uma humana e outra divina, que não podem ser dissociadas. A carta defende que Cristo não era de natureza humano, mas sim "o Verbo feito carne", ou seja, viveu em um corpo que foi criado diretamente para esse propósito, e não um corpo verdadeiramente derivado do corpo de sua mãe. É este documento que explica que o Espírito Santo tornou a Virgem Maria fértil e, a partir daí, fez surgir um corpo real a partir dela.

Durante o Concílio de Calcedônia, em 451, o documento foi aceito como uma explicação doutrinária da pessoa de Cristo.

Leão Magno também reforçou a primazia de Roma, escreveu cerca de 100 sermões, 150 cartas, e incentivou ações de caridade em meio à crise e desigualdade na capital.

Ao escolher o legado de Leão, o Novo papa promete ter pretensões de unificar a Igreja e lutar contra a desigualdade.