Publicado em 27 de julho de 2025 às 15:45
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou neste domingo (27) a assinatura de um novo acordo comercial com a União Europeia. O pacto, definido após reunião com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, na Escócia, reduz pela metade as tarifas aplicadas às exportações europeias, passando de 30% para 15%, e estabelece investimentos bilionários entre os dois lados do Atlântico.>
Segundo Trump, o bloco europeu se comprometeu a comprar US$ 150 bilhões em energia dos Estados Unidos, além de direcionar US$ 600 bilhões em investimentos para o território americano. O líder americano classificou o acordo como “o maior já firmado” pelo país, reforçando a estratégia de renegociar as bases do comércio exterior em nome de uma suposta “justiça tarifária”.>
O tratado segue a linha dos acordos anteriores feitos com países como Japão, Vietnã, Indonésia e Reino Unido, que conseguiram renegociar tarifas de forma individual, com contrapartidas financeiras e comerciais. No caso japonês, por exemplo, o percentual caiu para 15% e o país se comprometeu a aumentar investimentos nos EUA. Já o Reino Unido garantiu uma alíquota reduzida de 10%, com benefícios específicos para o setor automotivo.>
Para Ursula von der Leyen, o acerto simboliza um novo capítulo nas relações bilaterais. “É um reequilíbrio necessário que permitirá o comércio com ganhos para ambos os lados”, destacou.>
Enquanto isso, o Brasil segue fora do circuito de negociações. Desde o anúncio da tarifa de 50% para produtos brasileiros, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem buscado formas de estabelecer um canal direto com Washington, sem sucesso até o momento. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reconheceu a dificuldade do processo, atribuindo o impasse ao fato de as decisões estarem centralizadas na Casa Branca. “Estamos abertos ao diálogo, mas ele não acontece”, afirmou.>
O vice-presidente Geraldo Alckmin, por sua vez, se reuniu com representantes da indústria nacional em busca de soluções internas para minimizar os impactos do aumento. Entre as medidas discutidas, está a tentativa de adiar o início da cobrança. No entanto, o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, descartou qualquer tipo de prorrogação: “O prazo é o mesmo para todos. Em 1º de agosto, as tarifas entram em vigor”.>
Com o cronômetro correndo e sem perspectivas claras de acordo, o Brasil encara um dos maiores desafios comerciais dos últimos anos em meio à escalada protecionista do governo Trump.>