Trump não descarta a possibilidade de deportar Elon Musk

A escalada de tensão entre Donald Trump, ex-presidente dos EUA, e o empresário Elon Musk ganhou novo capítulo na última terça-feira (1º). Durante entrevista na Casa Branca, Trump foi questionado se consideraria a deportação de Musk após o bilionário criticar abertamente o pacote fiscal recentemente aprovado pelo Senado.

“Não sei. Acho que vamos ter que dar uma olhada nisso… talvez tenhamos que colocar o DOGE […] o monstro que pode voltar e devorar o Elon”, respondeu Trump. 

O “DOGE” citado é o Departamento de Eficiência Governamental, comissão criada por Trump e que Musk chegou a liderar. Trump agora propõe que o mesmo órgão investigue os subsídios federais destinados a Tesla, SpaceX e demais empresas do magnata — apontando que, sem esse apoio, Musk “talvez teria que fechar as portas e voltar para a África do Sul” . 

A provocação ocorre após Musk ameaçar fundar um novo partido político — o “Partido América” — caso o Congresso avance com o que chamou de “One Big Beautiful Bill”, medida que repassa bilhões em subsídios e amplia os gastos públicos  . Musk criticou dureza a lei, afirmando que ela será um “suicídio político” e afetará o futuro tecnológico dos EUA.

Em resposta, Trump fez declarações públicas qualificando Musk como beneficiário de “mais subsídios do que qualquer ser humano na história” e reacendeu a rivalidade entre os dois — antes aliados, que inclusive chegaram a trabalhar juntos dentro da administração Trump.

Mesmo com tom jocoso, a sugestão de deportação traz à tona questões jurídicas relevantes: Musk é um cidadão naturalizado americano desde 2002, e só poderia ser devolvido à África do Sul em caso de condenação criminal, o que, atualmente, não se aplica ().

O clima entre os dois, antes marcado por cooperação—incluindo a nomeação de Musk no DOGE—, transformou-se em confronto direto, trazendo implicações políticas e econômicas nas relações futuro entre governo e setor de tecnologia.