Usina nuclear iraniana foi danificada em ataque israelense, afirma AIEA

Embora a usina de produção de água pesada no local esteja em operação há anos, o reator nuclear nunca foi totalmente concluído devido à pressão da comunidade internacional para impedir a proliferação de armas nucleares.

Publicado em 20 de junho de 2025 às 08:45

Prédios importantes na usina nuclear iraniana de Arak foram danificados em consequência de ataques israelenses.
Prédios importantes na usina nuclear iraniana de Arak foram danificados em consequência de ataques israelenses. Crédito: Divulgação/AEOI

Nesta sexta-feira (20), prédios importantes na usina nuclear iraniana de Arak, também conhecida como Khondab, foram danificados em consequência de ataques israelenses na quinta-feira (19), segundo informações da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

"Embora os danos à Usina de Produção de Água Pesada de Khondab não tenham sido inicialmente visíveis, a Agência avaliou posteriormente que prédios importantes da usina foram danificados, incluindo a unidade de destilação", disse um representante do AIEA.

O Ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, afirmou que o bombardeio à usina era contrário à Carta das Nações Unidas e instou o Conselho de Segurança da ONU a responsabilizar Israel pelo ataque a uma usina nuclear.

"Se o Conselho não agir agora, deverá explicar à comunidade internacional porque seus princípios legais se aplicam apenas seletivamente a uma questão tão crucial", disse. "Também será o responsável final, juntamente com o regime israelense, caso o regime global de não proliferação nuclear um dia entre em colapso", completou.

Israel afirmou na quinta-feira, que atacou a instalação nuclear "inativa" de Arak, no que disse ser uma tentativa de impedir seu potencial uso para o desenvolvimento de armas nucleares. O Irã negou repetidamente que esteja construindo armas nucleares, e inspetores internacionais e agências de inteligência ainda não encontraram evidências de que isso seja verdade.

Embora a usina de produção de água pesada no local esteja em operação há anos, o reator nuclear nunca foi totalmente concluído devido à pressão da comunidade internacional para impedir a proliferação de armas nucleares.

Como o reator da instalação não estava operacional e não continha nenhum material nuclear, o Diretor-Geral da AIEA, Raphael Grossi, afirmou que "nenhuma consequência radiológica era esperada".