Vacinação contra a Covid salvou 2,5 milhões de vidas no mundo, diz estudo internacional

Estudo internacional reforça o papel crucial da imunização, principalmente entre idosos, e alerta para os riscos da hesitação vacinal no futuro.

Publicado em 26 de julho de 2025 às 16:51

Vacinação contra a Covid salvou 2,5 milhões de vidas no mundo, diz estudo internacional
Vacinação contra a Covid salvou 2,5 milhões de vidas no mundo, diz estudo internacional Crédito: Reprodução/Freepik

A imunização contra a Covid-19 salvou aproximadamente 2,5 milhões de vidas ao redor do planeta entre 2020 e 2024. É o que aponta um estudo global publicado nesta sexta-feira (25), pela revista JAMA Health Forum, com participação de especialistas das universidades de Stanford, nos Estados Unidos, e de Roma, na Itália.

A pesquisa quantificou ainda o impacto positivo da vacinação em anos de vida preservados: ao todo, foram 15 milhões de anos ganhos graças às doses aplicadas em diversos países durante a pandemia. A análise utilizou dados populacionais e registros de mortalidade segmentados por idade, chegando a uma média impressionante: para cada 5.400 vacinas administradas, uma morte foi evitada; a cada 900 doses, um ano de vida foi salvo.

O levantamento destaca que a maioria desses benefícios foi observada entre pessoas com 60 anos ou mais, público que, embora represente uma fração da população mundial, concentrou 76% dos anos de vida poupados. Por outro lado, adultos jovens, entre 20 e 29 anos, responderam por somente 0,07% das mortes evitadas e 0,3% do tempo de vida preservado.

Segundo os pesquisadores, o efeito mais significativo da vacinação foi percebido durante a fase de disseminação da variante Ômicron, no início de 2021, período responsável por 57% das mortes evitadas. A maioria das vidas salvas foi de pessoas que ainda não tinham se infectado quando foram vacinadas, o que evidenciou a força da prevenção antecipada.

Mesmo com um modelo estatístico mais conservador que estimativas anteriores — que focaram no primeiro ano da campanha global, o novo estudo confirma o efeito expressivo da vacinação. De acordo com os autores, o número de vidas preservadas pode variar entre 1,4 milhão e 4 milhões, dependendo do cenário adotado.

Os pesquisadores alertam que os dados devem servir de base para a formulação de estratégias de saúde pública no futuro. Embora a vacinação em massa continue sendo uma medida essencial, o estudo sugere que direcionar campanhas para os grupos mais vulneráveis, especialmente os idosos que vivem em comunidade, foi e continuará sendo a estratégia mais eficaz para salvar vidas.

O trabalho também destaca uma preocupação crescente: a queda na confiança da população em vacinas em geral. Os cientistas lembram que imunizantes contra outras doenças, como sarampo e hepatite B, salvam anualmente quantidades ainda maiores de vidas, cerca de 30 vezes e 10 vezes mais, respectivamente, do que a vacina contra a Covid-19. Para eles, o fortalecimento da confiança pública nos imunizantes é crucial. “Vacinas são conquistas da humanidade, e hesitar diante delas pode ser devastador”, concluem.