Vídeo: Putin acusa Ucrânia de terrorismo e impõe condições rigorosas para fim de guerra

Após ataques a infraestrutura russa que deixaram mortos e feridos, presidente da Rússia questiona possibilidade de negociação com Zelensky.

Publicado em 4 de junho de 2025 às 15:21

Vídeo: Putin acusa Ucrânia de terrorismo e impõe condições rigorosas para fim de guerra
Vídeo: Putin acusa Ucrânia de terrorismo e impõe condições rigorosas para fim de guerra Crédito: Reprodução/Redes Sociais

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, voltou a questionar, nesta quarta-feira (04), a possibilidade de negociar um cessar-fogo com a Ucrânia, após o que classificou como atos de “terrorismo” cometidos por Kiev em solo russo. A declaração ocorre após explosões em duas pontes ferroviárias nas regiões de Bryansk e Kursk, no último fim de semana, que deixaram ao menos sete mortos e mais de 100 feridos, segundo autoridades russas.

“O recente ataque contra vias férreas nas regiões de Bryansk e Kursk é certamente terrorista. Um ato terrorista. E a decisão de cometer tais crimes, claro, foi tomada pelo mais alto nível político da Ucrânia. Civis foram intencionalmente alvejados”, afirmou Putin.

De acordo com o Comitê Investigativo Estatal da Rússia, os ataques foram deliberadamente direcionados a civis. Uma das explosões ocorreu quando um trem de passageiros com 388 pessoas a bordo passava sob a ponte em Bryansk, com destino a Moscou. A segunda explosão ocorreu na região de Kursk no dia seguinte.

Diante do agravamento da situação, o Kremlin divulgou um memorando detalhando as condições para o fim do conflito, iniciado em fevereiro de 2022. Entre os principais pontos, estão o reconhecimento internacional das regiões de Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhya e Kherson como território russo, além da retirada completa das tropas ucranianas dessas áreas.

Outras exigências incluem a neutralidade da Ucrânia, com a recusa em integrar alianças militares como a OTAN, a declaração do país como não-nuclear, o enfraquecimento de suas Forças Armadas, garantias de direitos à população de origem russa e o fim das sanções econômicas entre Moscou e Kiev. A Rússia também exige a proibição de qualquer propaganda considerada pró-nazista e a restauração gradual das relações diplomáticas e comerciais.

Putin também demonstrou ceticismo quanto a um possível encontro direto com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. “Como realizar essas reuniões nessas condições? Sobre o que falar? Quem negocia com aqueles que apostam no terror? Com terroristas? E por que encorajá-los?”, declarou.

As declarações contrastam com a posição recente de Zelensky, que se disse disposto a se reunir pessoalmente com Putin e com o ex-presidente norte-americano Donald Trump em Istambul, na Turquia, local da segunda rodada de conversações diretas entre as delegações dos dois países. Para o líder ucraniano, o encontro entre os três líderes poderia ser decisivo para destravar o impasse e alcançar um cessar-fogo.

Enquanto isso, as negociações seguem estagnadas, com os dois lados distantes de qualquer acordo. O clima, agravado pelos ataques recentes e pelas exigências unilaterais, reforça o cenário de incerteza sobre o futuro do conflito mais duradouro na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.