Deputado que xingou o Papa e arcebispo de Aparecida de 'safado e vagabundo' pode ter mandato suspenso; assista

Nesta semana, a relatora do processo aberto contra o deputado estadual Frederico D’Ávila (PSL) no Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de SP (Alesp), que xingou o papa Francisco e o arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, de ‘safado e vagabundo’, apresentou parecer ao colegiado defendendo que o...

Publicado em 13 de outubro de 2022 às 08:31

Nesta semana, a relatora do processo aberto contra o deputado estadual Frederico D’Ávila (PSL) no Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de SP (Alesp), que xingou o papa Francisco e o arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, de 'safado e vagabundo', apresentou parecer ao colegiado defendendo que o parlamentar seja afastado do cargo por três meses sem salário. A deputada Marina Helou (Rede) , após ter xingado o papa Francisco e o arcebispo de Aparecida disse no Conselho de Ética nesta semana que entendeu que o deputado do PSL quebrou o decoro parlamentar e intolerância religiosa e que, como punição pelo ato, deve ser afastado do cargo e de qualquer atuação parlamentar no período, sem receber nenhuma verba pública no período, diz o parecer.

As ofensas contra as autoridades da Igreja Católica foram feitas por D’Ávila durante discurso no plenário da Alesp em 12 de outubro de 2021, onde ele chamou o papa de 'vagabundo' e arcebispo de 'safado', logo após o feriado de Nsa Sra. Aparecida. Helou diz que 'A escolha pela suspensão de 3 meses passa pela proporcionalidade da pena com relação à gravidade do ato. É uma questão que diz respeito a imunidade parlamentar, código de ética e intolerância religiosa. Além disso, precisamos levar em consideração a composição política nessa proposta de pena. Há um forte movimento pela absolvição do deputado nesse caso. Durante esse período, ele ficaria sem acesso ao gabinete e sem receber salário', afirmou.

O deputado Enio Tatto (PT), que também faz parte do Conselho de Ética, já apresentou voto em separado defendendo que o parlamentar seja afastado por seis meses, da mesma forma que aconteceu com o deputado Fernando Cury, que foi acusado de apalpar o seio da colega Isa Penna (PSOL). Caso o documento seja aprovado, ele será encaminhado para a Mesa Diretora da Alesp, que vai transformar o relatório em projeto de lei para que os 94 deputados da casa votem se concordam ou não com a pena. Porém, para que Frederico D’Ávila (PSL) seja afastado do cargo, é preciso o mínimo de 48 votos a favor em plenário.

Relembre

No feriado de Nossa Senhora Aparecida de 2021, no dia 12 de outubro, o arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, afirmou durante a principal missa das comemorações no santuário que 'para ser pátria amada não pode ser pátria armada'. Dois dias depois, 14 de outubro, durante discurso no plenário da Alesp, o deputado Frederico D'Ávila fez referência a este discurso e chamou o papa de 'vagabundo', o arcebispo de Aparecida de 'vagabundo' e 'safado', os religiosos da Igreja Católica de 'pedófilos safados' e disse que a Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB) 'é um câncer'.



Com informações do G1