MPF acusa youtuber Julio Cocielo de racismo; entenda

O youtuber Júlio Cocielo voltou aos assuntos mais comentados das redes sociais após o Ministério Público Federal (MPF) pedir a sua condenação por publicações racistas no X (antigo Twitter), entre os anos de 2011 e 2018. Cocielo é considerado um dos mais proeminentes youtubers do país, com mais de 27 milhões de...

Publicado em 4 de janeiro de 2024 às 12:22

O youtuber Júlio Cocielo voltou aos assuntos mais comentados das redes sociais após o Ministério Público Federal (MPF) pedir a sua condenação por publicações racistas no X (antigo Twitter), entre os anos de 2011 e 2018.

Cocielo é considerado um dos mais proeminentes youtubers do país, com mais de 27 milhões de seguidores em seus dois principais canais do YouTube. Somente o Canal Canalha, onde o influencer mostra seu dia a dia de forma divertida, conta com 20,8 milhões de inscritos. Em 2017, Cocielo começou a namorar a influencer Tata Estaniecki. Juntos, eles criaram o canal Tacielo, que conta com mais de 3 milhões de inscritos.

Eles se casaram em março de 2018, em Punta Cana. Os dois são pais de Beatriz Estaniecki Cocielo, de 3 anos, e Caio Estaniecki Cocielo, de 6 meses.

Acusação de racismoO Ministério Público Federal (MPF), pediu, na quarta-feira, 3, a condenação de Júlio Cocielo por publicações consideradas racistas no Twitter entre os anos de 2011 e 2018. Em uma das postagens, Cocielo cita o atacante francês Kylian Mbappé, jogador da Seleção Francesa.

O MPF identificou nove vezes em que Cocielo teria feito a prática de preconceito racial. Entre os mais famosos está uma frase direcionada para Mbappé durante a Copa do Mundo de 2018: 'Conseguiria fazer uns arrastão top na praia, hein', escreveu o influencer.

Outras postagens como 'o Brasil seria mais lindo se não houvesse frescura com piadas racistas, mas já que é proibido, a única solução é exterminar os negros' e 'nada contra os negros, tirando a melanina…', vieram à tona e foram citadas pelo MPF no processo.

O que diz CocieloApós a repercussão negativa, Cocielo apagou cerca de 50 mil publicações de seu perfil no X e postou um pedido de desculpas. 'A gente só precisa prestar atenção nas estatísticas. Por exemplo, muito negro morre sendo confundido com bandido. No meu caso, a minha ignorância foi combatida com conhecimento. Sem querer, espalhei o ódio', disse Cocielo na época.

'Ainda que o réu seja humorista, não é possível vislumbrar tom cômico, crítica social ou ironia nas mensagens por ele publicadas. Pelo contrário, as mensagens são claras e diretas quanto ao desprezo do réu pela população negra', destacou o procurador da República João Paulo Lordelo, em novembro deste ano.

'O réu, sem qualquer sutileza, reforça estereótipos da população negra – miseráveis, bandidos e macacos – não havendo abertura, em seu discurso, que permita entrever alguma forma de sátira (…) Não é humor; é escárnio', diz ainda o MPF.