Publicado em 9 de julho de 2024 às 12:46
Uma audiência de instrução aconteceu, para colher o depoimento de Giovanna Pinheiro Silva, 23 anos, como parte do processo penal de seu namorado, Fernando Sastre de Oliveira Filho, 24 anos, empresário acusado de dirigir embriagado, bater com um Porsche na traseira de outro veículo e matar o condutor, um motorista de aplicativo, no dia 31 de março, na zona leste de São Paulo. Na audiência, Giovanna afirmou que Fernando “bebeu somente água”. >
O depoimento de Giovanna ocorreu em 28 de junho. No mesmo dia, também depuseram Marcus Vinícius Machado Rocha, de 22 anos, que estava no banco do carona do Porsche, e o de sua namorada, Juliana de Toledo de Simões, também de 22 anos. >
A audiência de instrução é a etapa do processo penal feita para colher todas as provas das partes e todos os depoimentos das testemunhas, a fim de instruir o caminho do acusado ao Tribunal do Júri. Ela é feita através de uma sessão pública e é comandada por um juiz. Fernando Sastre Filho é réu pelos crimes de homicídio doloso qualificado e lesão corporal gravíssima. >
Segundo informações, Giovanna garantiu em juízo que Fernando não ingeriu “uma gota de álcool” no dia da colisão que matou o motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana de 32 anos. De acordo com o relato da namorada, ela bebeu “um drink autoral que tinha uísque e licor. Bebi também uma caipirinha de caju que nem gostei. Mas o Fernando bebeu somente água”. >
“Nós temos um combinado: se ele beber, eu não bebo; então eu dirijo o carro. Se eu quiser beber, ele quem pega o carro e não bebe. Nesse dia, ele não bebeu porque estava dirigindo”, relatou. >
No dia do crime, a comanda do restaurante em que Fernando esteve com a namorada e o casal de amigos indica que o grupo consumiu bebidas alcoólicas horas antes do acidente. >
Os quatro gastaram R$ 627 em comidas e bebidas, entre elas oito drinques de uísque com licor, além de uma caipirinha de vodka. Depois do jantar, o grupo foi para uma casa de pôquer, no bairro do Tatuapé, que funciona no modelo “open bar”. Já na saída da casa de poker, o empresário e a namorada discutiram, segundo a amiga depôs no 30º Distrito Policial (Tatuapé), responsável pelo caso. O motivo do bate-boca era que a namorada do empresário não queria que ele dirigisse o Porsche. >
“Nós discutimos porque eu queria ir embora e ele queria jogar mais. E eu estava cansada de estar ali, pois nem sei jogar pôquer”, disse Giovanna ao juíz. Quando foi questionada por qual razão ela não entrou no Porsche com o namorado após a jogatina, Giovanna contou que cedeu o lugar a Marcus porque ele queria conhecer o carro do amigo, afirmando que ele havia se oferecido. >
Mãe retirou empresário do local do crime >
O juiz perguntou a Giovanna como Fernando foi retirado do local do acidente, já que ela esteve com ele o tempo todo. Giovanna afirmou que a mãe de Fernando, Daniela Cristina de Medeiros Andrade, de 45 anos, chegou no local do acidente para “ver o que tinha acontecido”. Nas palavras da depoente, “Fernando estava com o nariz e a boca sangrando. Ele precisava ir ao hospital. Ele também estava vomitando. Todas as vezes que ele se estressa, ele vomita muito. Aí veio uma policial. Ela olhou o Fernando de cima abaixo e autorizou a gente a sair do local”. >
A policial militar Dayse Aparecida Cardoso Romão afirma que a mãe de Fernando se prontificou a levar o filho ao hospital, como foi registrado pela câmera corporal da policial no local do acidente. Daniela, porém, não fez o combinado. O empresário não compareceu a nenhuma unidade de saúde e só se apresentou à Polícia Civil mais de 36 horas após o crime. >
Giovanna explicou que Daniela havia ligado para a policial tentando informar que não levaria mais o filho ao hospital, pois ele estava em estado de choque e havia tomado calmantes. Nesse momento, as promotoras de acusação perguntaram se a jovem havia visto, de fato, Daniela fazer essa ligação. Ela respondeu que sim. Giovanna então foi desmentida. “Você não tem como ter visto essa ligação porque a Daniela disse na delegacia que havia esquecido o celular no carro”, rebateu uma das promotoras. “Eu sei que ela ligou”, insistiu Giovanna. >