Veja como operava o esquema que levou a demissão do diretor do INSS

A farra dos descontos em aposentadorias virou alvo de investigação e do próprio INSS. A conclusão da investigação pode resultar em multas e penas dos responsáveis pela fraude.

Publicado em 5 de julho de 2024 às 19:29

Veja como operou a investigação que levou à demissão de diretor do INSS
Veja como operou a investigação que levou à demissão de diretor do INSS Crédito: Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

O diretor de benefícios do INSS, André Fidelis, foi exonerado nesta sexta-feira, 5, por coordenar esquema de farra dos descontos sobre pagamentos feitos pelo INSS a idosos e pensionistas. O esquema movimentou mais de R$ 2 bilhões, entre 2023 e 2024. O esquema tirava dinheiro da conta dos beneficiários, e, era destinado para, pelo menos, 29 entidades, que ofereciam serviços como planos de saúde e seguros.

O caso foi divulgado pelo Portal Metrópoles, no mês de dezembro do ano passado. Os aposentados tinham valores descontados e sequer sabiam que estavam associados às empresas, por meio de “acordos de cooperação técnica”.

As 29 entidades envolvidas acumulam cerca de 60 mil processos judiciais em todo o país por descontos indevidos, com indícios de fraude para filiar milhares de aposentados sem autorização.

Fidelis era responsável por assinar os termos de cooperação entre o INSS e as entidades. Mesmo com várias denúncias de irregularidades

Investigações

A farra dos descontos em aposentadorias virou alvo de investigação da Controladoria-Geral da União e do próprio INSS.

A conclusão da investigação pode resultar em multas e penas de irresponsabilidade. Isso impediria os envolvidos de participarem de concorrências e firmarem acordos com empresas privadas ou acordos governamentais, como os acordos de cooperação técnica com o INSS, que permitem que associações realizem “descontos de mensalidade associativa” nas aposentadorias.

A CGU vai entregar os relatórios dos investigados, após a conclusão das apurações, para a Polícia Federal.