Publicado em 3 de junho de 2025 às 15:47
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou como “inadmissíveis” as ameaças de sanções por parte do governo dos Estados Unidos contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Durante coletiva de imprensa nesta terça-feira (3), no Palácio do Planalto, Lula enfatizou que nenhum país deve interferir nas decisões de outro, especialmente em relação ao Judiciário. >
“É inadmissível que um presidente de qualquer país do mundo dê palpite sobre a decisão da Suprema Corte de um outro país. Se você concorda ou se você não concorda, silencie. Não é correto você dar palpite, não é correto você ficar julgando as pessoas”, afirmou Lula. >
As declarações de Lula respondem à possibilidade de o governo norte-americano impor sanções a Moraes, acusado por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro de censurar parlamentares de direita e plataformas de redes sociais. O governo dos EUA estuda restringir a entrada no país de autoridades acusadas de promover censura contra empresas e cidadãos norte-americanos, o que incluiria o ministro do STF. >
Lula também criticou a atuação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que, segundo ele, está nos Estados Unidos “convocando os EUA para se meter na política interna do Brasil”. O presidente classificou a atitude como “prática terrorista” e “antipatriótica”. >
“Um cidadão que é deputado renuncia ao seu mandato, pede licença do seu mandato pra ficar tentando lamber as botas do Trump e de assessores dele, pedindo intervenção na política brasileira. Não é possível aceitar isso”, disse Lula. >
O presidente ressaltou que o Brasil defenderá não apenas o ministro Alexandre de Moraes, mas toda a Suprema Corte. Ele destacou a importância do respeito mútuo entre as nações e a necessidade de preservar a integridade das instituições democráticas. >
“Achamos que um país não pode ficar se intrometendo na vida do outro, querendo punir o outro país. Isso não tem cabimento”, concluiu Lula. >
As tensões entre Brasil e Estados Unidos aumentaram após declarações do secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, que sugeriu a possibilidade de sanções contra Moraes. O governo brasileiro tem buscado diálogo diplomático para evitar a deterioração das relações bilaterais. >