Publicado em 13 de agosto de 2025 às 14:13
Em uma reviravolta tensa na capital italiana, a deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP), condenada a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal por envolvimento em invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), permaneceu detida nesta quarta-feira (13), no presídio feminino Germana Stefanini, parte do Complexo Penitenciário de Rebibbia, em Roma.>
Durante a audiência no Tribunal de Apelação, Zambelli foi acometida por tontura e fraqueza, o que obrigou a interrupção dos trabalhos. Ela foi atendida em um posto de saúde local, recebendo os cuidados necessários, mas a sessão foi retomada em seguida e a Justiça italiana decidiu que ela deve permanecer detida até que o processo de extradição seja concluído.>
A parlamentar, que busca cumprir medidas cautelares em território italiano, como a possibilidade de residir em um apartamento sob monitoramento, seguirá em avaliação médica, física e psicológica. Os resultados dessas avaliações devem balizar a nova audiência, prevista ainda para este mês.>
Zambelli está presa desde 29 de julho de 2025, quando foi localizada e detida pela polícia italiana após permanecer aproximadamente dois meses foragida, após sua condenação pelo STF.>
Contexto e desdobramentos>
• Condenação no Brasil: Em maio de 2025, a 1ª Turma do STF condenou Zambelli, junto ao hacker Walter Delgatti Neto, pelos crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica. A deputada recebeu pena de 10 anos em regime fechado, multa e teve seu mandato cassado, por não poder comparecer ao número mínimo de sessões consecutivas da Câmara. A decisão foi unânime e fundamentada no contexto de ameaça às instituições democráticas.>
• Fuga e extradição: vinte dias após a condenação, no início de junho de 2025, Zambelli anunciou em vídeo que havia deixado o Brasil, alegando que possuía cidadania italiana, o que a tornaria “intocável”. Porém, foi incluída na lista vermelha da Interpol, teve passaportes e contas bloqueadas, e foi presa em Roma.>
• Motivações do crime: segundo as investigações e a denúncia da Procuradoria-Geral da República, Delgatti, a mando de Zambelli, teria invadido sistemas do CNJ, adulterado credenciais de servidores e inserido documentos falsos, dentre eles um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes e ordens de soltura indevidas, para desestabilizar o Judiciário e ganhar visibilidade política.>
• Situação atual: Em Roma, Zambelli aguarda o decisivo processo de extradição, que pode levar entre um ano e meio e dois anos para ser concluído. Enquanto isso, permanece detida, acolhida pelos trâmites legais da justiça italiana.>