Deputado alega autismo para justificar permanência em motim na Câmara

Parlamentar do PL-SC afirma que sua condição de autista o impediu de compreender ordem para deixar plenário durante motim na Câmara.

Publicado em 9 de agosto de 2025 às 12:02

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Reprodução  Crédito: Câmara dos deputados

O deputado federal Marcos Pollon (PL-SC), alvo de representação no Conselho de Ética por participação na ocupação da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados nesta semana, utilizou as redes sociais para justificar sua conduta. Em vídeo, ele afirmou ser autista e disse que, por isso, não compreendeu a situação no momento em que o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), tentou reassumir o comando da sessão, na última quarta-feira (6).

Pollon e o deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) foram os últimos a deixar o plenário, mesmo após o início da tentativa de retomada dos trabalhos por Motta. Segundo o parlamentar catarinense, sua permanência não foi resultado de incentivo do colega.

“Estão dizendo que ele (Marcel) sentou na cadeira do Hugo Motta e que me incentivou a ficar lá. Isso é mentira. Olhem as imagens. Eu sou autista e não estava entendendo o que estava acontecendo naquele momento”, declarou.

O deputado relatou que pediu a Van Hattem para permanecer ao seu lado e orientá-lo durante a situação.

“Eu sentei na cadeira do Hugo Motta e ele sentou ao meu lado pois é uma pessoa que eu confio. Falei: ‘Me orienta, pois pelo que combinamos haveria um rito para a desocupação do espaço e esse combinado não foi cumprido. Nós desceríamos antes que o presidente subisse’”, disse.

Pollon afirmou ainda que havia um acordo para não desocupar o plenário sem que houvesse resposta positiva ao pleito de anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023.

“Várias vezes, pelo vídeo que eu fiz, você pode ver eu falando que não estava entendendo e que só sairia dali, e deixei isso bem claro, quando nós tivéssemos uma resposta positiva para as vítimas do 8 de janeiro.”

A justificativa do deputado gerou repercussão nas redes sociais e entre parlamentares. O Conselho de Ética deve analisar o caso nas próximas semanas.