Publicado em 16 de outubro de 2025 às 15:19
Os ministros Gilmar Mendes e Luiz Fux protagonizaram uma discussão acalorada durante o intervalo de uma sessão plenária do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta semana. O episódio, presenciado por outros integrantes da Corte, revelou tensões antigas entre os dois magistrados.>
Segundo relatos de pessoas que acompanharam o embate, Gilmar questionou Fux de forma irônica por ele ter suspendido o julgamento de um recurso apresentado pelo senador Sergio Moro (União-PR), que tenta reverter a decisão que o tornou réu por calúnia contra o próprio Gilmar. O caso estava em análise na Primeira Turma do STF, onde quatro ministros já haviam votado pela rejeição do pedido e pela manutenção da ação penal. Com o pedido de vista de Fux, o processo ficará suspenso por até três meses.>
De acordo com informações divulgadas pela Folha de S.Paulo e confirmadas pela CNN, Gilmar sugeriu ao colega que fizesse “terapia para se livrar da Lava Jato”, em referência ao apoio histórico de Fux à operação. Durante a fase mais intensa da Lava Jato, Gilmar foi um dos principais críticos dos métodos da força-tarefa, enquanto Fux era considerado um de seus maiores defensores dentro do tribunal, posição alinhada à do então juiz Moro.>
Em resposta, Fux afirmou que pediu vista apenas para examinar melhor o processo e que se sentia incomodado com as críticas recorrentes de Gilmar. O decano não negou as declarações e rebateu: “Falo mal de você publicamente, não pelas costas, porque o considero uma figura lamentável.”>
Gilmar ainda mencionou o voto de Fux no julgamento que resultou na condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e três meses de prisão, decisão da Primeira Turma, da qual o decano não faz parte. Fux havia votado pela absolvição de Bolsonaro e pela condenação do tenente-coronel Mauro Cid, delator da trama golpista.>
Segundo relatos, Gilmar ironizou o colega, afirmando que ele “impôs aos colegas um voto de 12 horas que não fazia o menor sentido” e que “todo mundo ficou chateado”. Fux, por sua vez, defendeu a coerência de sua decisão e encerrou o diálogo visivelmente contrariado.>
O episódio evidencia o clima de tensão e as divergências persistentes entre os ministros do Supremo, especialmente em temas ligados à Operação Lava Jato e aos desdobramentos políticos recentes no país.>
Com informações da CNN >