Publicado em 10 de outubro de 2025 às 15:32
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino anunciou nesta sexta-feira (10) que venceu em definitivo a ação judicial movida contra o Hospital Santa Lúcia, em Brasília, após a morte de seu filho Marcelo Dino, de 13 anos, em 2012. A decisão, que encerra um processo de mais de 13 anos, determinou o pagamento de uma indenização de R$ 600 mil para Dino e para a mãe do menino, Deane Fonseca. O ministro informou que o valor será integralmente doado.>
Em publicação nas redes sociais, Dino afirmou que o mais importante não é o dinheiro, mas o reconhecimento da responsabilidade do hospital pela morte do filho. “A indenização que foi paga por essa gente não nos interessa e será integralmente doada. O que importa é o reconhecimento da culpa. Espero que essa decisão tenha levado ao fim dos péssimos procedimentos do hospital, que resultaram na trágica e evitável morte de uma criança de 13 anos”, escreveu o ministro.>
Na mensagem, Dino também fez uma homenagem ao filho, que hoje teria 27 anos. “Meu filho Marcelo era forte, adorava brincar, jogava bola muito bem todos os dias. Amava a sua escola, o Flamengo, o seu cachorro Fred (que já se foi), a sua guitarra, que dorme silenciosa no meu armário.” O ministro agradeceu ainda aos amigos do menino e relembrou o luto vivido pela família após a perda.>
O ministro criticou a postura de hospitais que, segundo ele, priorizam a aparência das instalações em vez da qualidade no atendimento. “Muitas vezes, investem mais em granitos, vidros espelhados e belos prédios do que na qualificação profissional e no respeito aos pacientes”, afirmou. Dino disse ainda que decidiu tornar o caso público para encorajar outras famílias a buscar justiça. “Nada resolve para nós próprios, mas as ações judiciais podem salvar outras vidas.”>
Marcelo Dino morreu em fevereiro de 2012, após ser internado com uma crise de asma. Segundo o Hospital Santa Lúcia, o menino foi levado à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica, onde chegou a ser estabilizado, mas apresentou piora durante a madrugada e não resistiu. A família alegou que a médica plantonista havia abandonado o posto, o que teria atrasado o atendimento e contribuído para o desfecho.>
A ação judicial movida por Flávio Dino e Deane Fonseca foi julgada procedente e transitou em julgado após 13 anos e seis meses. O hospital foi condenado a pagar indenização de R$ 600 mil para cada um dos pais. Na esfera criminal, uma médica e uma enfermeira chegaram a ser investigadas por homicídio culposo, mas acabaram absolvidas por falta de provas em 2018.>
Elias Felippe (Estagiário sob supervisão de Cássio Leal, editor-chefe da tarde).>