Publicado em 15 de maio de 2025 às 22:38
O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz Maciel, foi ouvido por mais de quatro horas na Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor (CTFC) do Senado nesta quinta-feira (15) sobre as fraudes ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Em sua exposição final, Wolney destacou que, seguindo a determinação do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, os fraudadores serão os responsáveis pelo ressarcimento de aposentados e benefícios lesados pelos desvios bilionários.>
Ele disse esperar que as investigações consigam encontrar mais recursos dos suspeitos para garantir a devolução dos valores aos beneficiários no INSS.>
De outro lado, Wolney frisou que, em último caso, o governo vai procurar uma forma de custear as despesas. "Lula disse que nenhum aposentado e pensionista ficará no prejuízo", pontuou - contudo, sem dar detalhes de como seria essa outra "forma" de garantir o ressarcimento dos aposentados. "Não começou nesse governo, mas tem fim deste governo", repetiu o ministro sobre as práticas fraudulentas, ao final da sessão.>
Ao longo de sua exposição, o ministro destacou que as fraudes começaram a ser operacionalizadas no governo Jair Bolsonaro e se disse preocupado com um atraso nas investigações caso haja uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito sobre o tema. O ministro ainda se colocou à disposição dos senadores para tratar de "gestão".>
Já os governistas, na mesma linha de Wolney, destacaram que os desvios agora sob investigação da Polícia Federal tiveram início em 2019 e que o esquema foi desbaratado no governo Lula.>
A sessão ainda foi marcada por um bate-boca entre o ministro e o senador Sergio Moro (União-PR) - um dos autores do pedido de audiência. Também assinaram o documento os senadores Dr. Hiran (PP-RR), Eduardo Girão (Novo-CE) e Marcos Rogério (PL-RO).>
Troca de acusações>
Durante a sessão no Senado Federal, Wolney Queiroz afirmou que as denúncias sobre descontos indevidos em benefícios previdenciários já haviam sido feitas à Polícia Federal (PF) em 2020, enquanto Moro era ministro da Justiça.>
"Ontem, eu estava assistindo ao Jornal Nacional e houve uma denúncia de um servidor, feita em 2020, que relatava fraudes e descontos indevidos. Senador, parece que Vossa Excelência era ministro da Justiça nessa época. Fez alguma coisa para coibir essas fraudes?", questionou o ministro.>
Moro reage>
O senador Sergio Moro reagiu imediatamente, afirmando que as informações não chegaram ao seu conhecimento quando ocupava o cargo de ministro da Justiça.>
"Os fatos nunca foram informados a mim como foram informados a Vossa Excelência em reunião em 2023", respondeu Moro, em tom firme.>