'Fui otário', diz Weintraub sobre declarações de Bolsonaro em interrogatório no STF

Abraham Weintraub foi demitido do governo Bolsonaro em 2020. No período de 14 meses no cargo, acumulou desavenças com reitores, estudantes, parlamentares, chineses, judeus e magistrados do Supremo.

Estadão Conteúdo

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Publicado em 11 de junho de 2025 às 08:41

O ex-ministro da Educação Abraham Weintraub.
O ex-ministro da Educação Abraham Weintraub. Crédito: Estadão Conteúdo

O ex-ministro da Educação Abraham Weintraub reagiu a declarações do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (10).

"Nós, que acreditamos no Bolsonaro em algum momento, fomos otários! Eu fui muito otário!", publicou o ex-ministro no X (antigo Twitter). Na postagem, consta um vídeo do momento em que Bolsonaro "convidou" o ministro Alexandre de Moraes para ser seu vice em 2026.

O ex-presidente pediu licença para fazer uma brincadeira com o ministro, que disse que "perguntaria a seus advogados antes" se fosse ele, provocando risos entre os presentes.

Após a "proposta", o magistrado respondeu "eu declino". Bolsonaro está inelegível até 2030, por decisão do Superior Tribunal Eleitoral (TSE), que à época dos julgamentos era presidido por Moraes.

Em outro momento do depoimento, Jair Bolsonaro se referiu aos seus apoiadores que defendiam intervenção militar e AI-5 como "malucos".

Weintraub, que chegou a ser um dos ministros mais próximos do ex-presidente, compartilhou o vídeo e reforçou: "Eu fui muito otário!".

Em outra publicação, o ex-ministro do governo Bolsonaro disse que "o bolsonarismo é uma lepra, rastejante, covarde, mentirosa e calhorda". Na sequência, postou uma foto de um rato com a legenda: "esse rato é mais imundo e covarde do que eu imaginava"

Abraham Weintraub foi demitido do governo Bolsonaro em 2020. No período de 14 meses no cargo, acumulou desavenças com reitores, estudantes, parlamentares, chineses, judeus e magistrados do Supremo, chamados por ele de "vagabundos" em uma reunião ministerial.

Integrante do núcleo ideológico do bolsonarismo, passou a ser considerado por aliados como gerador de crises desnecessárias ao governo.