General confessa ser autor de plano que previa assassinato de Lula, Alckmin e Moraes

Ele afirmou que o documento foi criado por conta própria, impresso no Palácio do Planalto e depois destruído.

Publicado em 25 de julho de 2025 às 09:33

General da reserva do Exército Mário Fernandes
General da reserva do Exército Mário Fernandes Crédito: Reprodução 

O general da reserva do Exército Mário Fernandes, ex-assessor do governo Bolsonaro, admitiu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que foi o autor de um plano que sugeria o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice Geraldo Alckmin e do ministro do STF Alexandre de Moraes.

O documento, chamado de “Punhal Verde e Amarelo”, foi citado pela Polícia Federal como parte de uma tentativa de golpe após a vitória de Lula nas eleições de 2022. Segundo as investigações, o plano teria sido discutido na casa do general Braga Netto, ex-ministro e então candidato a vice de Jair Bolsonaro.

Durante o depoimento, Mário Fernandes disse que o texto era apenas uma análise pessoal, que nunca foi compartilhada com ninguém. Ele afirmou que o documento foi criado por conta própria, impresso no Palácio do Planalto e depois destruído. “Foi só um pensamento que eu resolvi digitalizar. Hoje me arrependo de ter feito isso”, declarou.

A Polícia Federal afirma que o plano fazia parte de uma articulação maior para impedir a posse de Lula e manter Bolsonaro no poder. Fernandes é um dos réus no inquérito que investiga a tentativa de golpe.

O general também contou que pessoas próximas a Bolsonaro discutiam a criação de um decreto que poderia justificar uma intervenção do Executivo sobre os outros Poderes. Ele disse ter feito um apelo ao general Ramos, assessor do então presidente: “Se isso está dentro da Constituição, por que não seguir com o plano?”. Em seguida, corrigiu-se, dizendo que o pedido era “dentro da Constituição Federal, não acima dela”.

Fernandes afirmou ainda que, na visão dele, Bolsonaro sempre tentou agir dentro da lei.

Com informações do G1