Publicado em 14 de julho de 2025 às 20:58
Estadão Conteúdo - O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez novas críticas ao governo de Israel, nesta segunda-feira, dia 14, desta vez por causa de ataques aéreos que resultaram na morte de civis palestinos em uma fila para obter água, na Faixa de Gaza.>
O governo Lula cobrou a condução de uma investigação internacional sobre o episódio, que foi reconhecido pelo Exército de Israel como um "erro técnico".>
Entre os vários ataques, um drone atingiu um ponto de distribuição de água no campo de refugiados Nusseirat. Também foram alvejadas a Cidade de Gaza e Khan Younis. Ao menos 50 pessoas morreram.>
Segundo os militares israelenses, o bombardeio em Nusseirat tinha como alvo a Jihad Islâmica, um grupo terrorista, mas uma falha fez com que atingissem outro ponto e provocassem mortes.>
"O governo brasileiro condena as operações israelenses realizadas, nos últimos dias, na Faixa de Gaza, que resultaram em dezenas de mortes, com alto número de mulheres e crianças palestinas entre elas", disse comunicado divulgado pelo Itamaraty. "No episódio mais recente, no campo de refugiados de al-Nuseirat, crianças foram mortas em um ataque aéreo israelense enquanto faziam fila para coletar água potável para si e para suas famílias.">
A nota se soma a outras manifestações oficiais do Ministério das Relações Exteriores, em nome do governo Lula, contrárias a atos do governo israelense na guerra ao grupo terrorista Hamas. O governo petista também condenou com veemência os ataques aéreos de Israel e dos Estados Unidos, com aval de Donald Trump, ao Irã>
Brasil e Israel vivem uma crise diplomática sem precedentes, que beira o rompimento total de laços - algo ainda evitado pelo Palácio do Planalto, apesar da pressão de alas da esquerda e do PT, simpáticas à causa palestina. No entanto, o relacionamento foi reduzido ao mínimo na esfera política, comercial e afetou a cooperação e compra de equipamentos de defesa.>
O Itamaraty também "lamentou" que novas mortes "venham a somar-se às cerca de 800 acumuladas nas últimas seis semanas, ocorridas junto a postos de ajuda humanitária em Gaza controlados pelo governo israelense".>
Ação na Corte Internacional de Justiça>
Na véspera, a TV de origem catari Al Jazeera publicou entrevista em que o chanceler Mauro Vieira confirma decisão do governo brasileiro de ingressar na ação contra Israel na Corte Internacional de Justiça (CIJ).>
O processo foi aberto em dezembro de 2023, por iniciativa da África do Sul, que acusa o governo e as forças militares israelenses de crime de genocídio na Faixa de Gaza contra a população palestina, durante a guerra ao grupo terrorista Hamas>
Apesar de ter dado endosso político quando a ação foi protocolada, o governo brasileiro jamais havia formalizado pedido para entrar na causa, o que deverá fazer em breve, segundo o chanceler Vieira.>
Além do Brasil, já intervieram no processo contra Israel os seguintes países: Colômbia, Líbia, México, Palestina, Espanha, Turquia, Chile, Maldivas, Bolívia, Irlanda, Cuba e Belize.>