Ministro das Cidades pede ajuda da PF para expulsar facções de condomínios do Minha Casa, Minha Vida
A declaração foi feita nesta terça-feira (7), durante audiência na Comissão de Desenvolvimento Regional do Senado.
Publicado em 7 de outubro de 2025 às 18:07
O ministro das Cidades, Jader Barbalho Filho, anunciou que vai pedir o apoio do Ministério da Justiça e da Polícia Federal para retirar facções criminosas que atuam em condomínios do programa Minha Casa, Minha Vida.
A declaração foi feita nesta terça-feira (7), durante audiência na Comissão de Desenvolvimento Regional do Senado. Segundo o ministro, grupos como o Comando Vermelho e o PCC têm tomado o controle de conjuntos habitacionais em várias regiões do país, especialmente no Rio de Janeiro.
“É uma epidemia. Em uma entrega recente na Baixada Fluminense, minha equipe não conseguiu entrar no residencial porque o Comando Vermelho impediu a entrada da Caixa e do Ministério”, relatou Jader.
O ministro disse que pretende propor uma ação conjunta ao ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e ao diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, para retomar o controle dos conjuntos. A ideia é ampliar a presença do Estado nesses locais e proteger os moradores expulsos por criminosos.
Durante a audiência, o senador Carlos Portinho (PL-RJ) defendeu que a Polícia Federal lidere as investigações, já que os empreendimentos são financiados com recursos federais.
Falta de informação e desperdício de recursos
Jader também criticou a “falta de informação” de governadores e prefeitos que buscam financiamentos com juros altos, em vez de recorrer às linhas de crédito oferecidas pelo Ministério das Cidades.
Segundo ele, há R$ 8 bilhões disponíveis para obras em moradia, saneamento, transporte e urbanização, mas parte desse valor é devolvida todo ano por falta de projetos técnicos.
“Tudo o que acontece nas cidades pode ser financiado pelo Ministério. Prefeitos e governadores não precisam se endividar com juros altos”, disse o ministro.
Desde 2023, o programa Minha Casa, Minha Vida contratou 1,8 milhão de moradias, das quais 1,1 milhão estão em obras, com investimento total de R$ 285 bilhões. A meta é chegar a 3 milhões de casas contratadas até 2026.
