Moraes impede Bolsonaro de falar com 177 pessoas, incluindo o filho do ex-presidente

Decisão do STF atinge círculo próximo ao ex-presidente e investiga articulações relacionadas à tentativa de golpe de Estado.

Publicado em 22 de julho de 2025 às 15:38

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Reprodução Crédito: Agência Brasil

Na última semana, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou uma série de medidas cautelares contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Entre as restrições estão o uso de tornozeleira eletrônica, retenção de passaporte, bloqueio de redes sociais e a proibição de contato com mais de 150 pessoas — entre elas, aliados políticos, ex-assessores e até um de seus filhos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

A lista de pessoas com quem o ex-presidente está proibido de se comunicar inclui nomes ligados a inquéritos, petições e ações penais no STF relacionadas à suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Entre os citados estão o ex-assessor internacional Filipe Martins, o deputado federal e ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem, o tenente-coronel Mauro Cid, além de Eduardo Bolsonaro, que também é investigado por possível atuação nos Estados Unidos em articulações que teriam contribuído para sanções econômicas ao Brasil.

Ao todo, o STF conduz quatro ações penais, uma petição e um inquérito envolvendo as articulações golpistas. Eduardo é citado especificamente em uma investigação que apura sua participação em reuniões e movimentações internacionais durante o mandato de Donald Trump, então presidente dos Estados Unidos, que teriam repercutido em medidas de retaliação econômica contra o Brasil.

As decisões fazem parte de um conjunto de medidas autorizadas pelo STF para impedir novos atos de incitação contra a ordem democrática. Segundo Alexandre de Moraes, o objetivo é preservar as investigações em curso e evitar que os investigados atuem para atrapalhar o andamento dos processos.

A defesa de Jair Bolsonaro ainda não se manifestou oficialmente sobre as novas restrições. Já aliados do ex-presidente classificaram a medida como excessiva e articulam recursos para tentar reverter as determinações impostas pelo Supremo.

Com informações de InfoMoney