Motta reúne líderes para discutir anistia aos envolvidos nos atos do 8/1

A iniciativa é defendida por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado a 27 anos de prisão por participação na chamada trama golpista

Publicado em 16 de setembro de 2025 às 07:14

Hugo Motta, presidente da Câmara -
Hugo Motta, presidente da Câmara - Crédito: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), irá receber nesta terça-feira (16), os líderes partidários, na Residência Oficial, em Brasília, para tratar sobre o projeto de lei que concede anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.

A iniciativa é defendida por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado a 27 anos de prisão por participação na chamada trama golpista. Apesar da pressão, Motta tem se mostrado contrário a colocar o tema em votação. Para o deputado, a proposta "contamina" o ambiente político e enfrenta rejeição expressiva da opinião pública. O objetivo do encontro seria justamente encerrar a discussão, alinhando-se à posição do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A tendência é que o deputado adie a apreciação da proposta até construir consenso com o Planalto, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Por ora, líderes do Centrão também resistem à ideia de uma anistia "ampla e irrestrita", defendida pela oposição.

Na última segunda-feira (15), Motta esteve reunido com o presidente Lula no Palácio do Planalto. O encontro não constava na agenda oficial de nenhum dos dois.

Disputa de votos

Com o cenário indefinido, tanto governo quanto oposição iniciaram a contagem de votos. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), principal articulador da proposta, apresentou levantamento que projeta 282 votos favoráveis — número suficiente para aprovar a matéria, que exige maioria simples e quórum mínimo de 257 deputados presentes.

A base governista, por sua vez, aposta na rejeição do texto em plenário. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, intensificou conversas com líderes partidários para reduzir o apoio à proposta.

O debate sobre anistia ganhou força nas semanas finais do julgamento de Bolsonaro no STF e tem como um de seus principais defensores o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Com a condenação do ex-presidente a 27 anos e 3 meses, a pressão da oposição sobre Hugo Motta deve aumentar ainda mais.

Com informações do Metrópoles