No segundo dia de julgamento, Anderson Torres afirma ao STF que perdeu celular por estar 'transtornado'

Ex-ministro da Justiça depõe a Alexandre de Moraes nesta terça-feira (10).

Publicado em 10 de junho de 2025 às 11:12

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Reprodução Crédito: Marcelo Camargo - AgênciaBrasil 

No segundo dia de julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, prestou novo depoimento ao ministro Alexandre de Moraes. Ele voltou a negar qualquer participação ou omissão nos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, que resultaram na invasão das sedes dos Três Poderes, em Brasília.

Torres afirmou que perdeu o celular com mensagens relevantes para a investigação por estar abalado emocionalmente após saber da decretação de sua prisão, enquanto estava em viagem com a família em Orlando, nos Estados Unidos. “Perdi o equilíbrio completamente com aquela notícia. A realização do sonho das crianças se tornou um pesadelo pra mim. Nesse contexto, acabei perdendo meu celular, uns dólares, e isso foi muito ruim para a minha defesa”, disse.

O que Anderson Torres disse no julgamento:

Perda do celular: afirmou que perdeu o aparelho com mensagens do período por estar emocionalmente abalado.

Sobre Bolsonaro: disse que sempre informou ao ex-presidente que não havia fraudes nas urnas eletrônicas.

Reunião ministerial de 2022: justificou a frase “se perder a eleição, já era” como uma constatação e não uma ameaça de golpe.

Relação com o STF: negou que tivesse ameaçado prender ministros e alegou que vivia sob forte pressão política.

Torres também tentou se afastar de declarações polêmicas atribuídas a ele, como a fala “se meta e eu lhe prendo”, negando que fosse direcionada ao Supremo Tribunal Federal. “Era um momento muito acirrado na relação entre Executivo e Judiciário”, disse.

Ele é investigado por omissão e possível conivência com os atos golpistas que ocorreram em Brasília. A acusação afirma que, como secretário de Segurança Pública do DF à época, ele teria deixado de agir para impedir as invasões.

Resumo do caso até agora — o que já ocorreu:

Torres estava em Orlando no dia dos ataques de 8 de janeiro de 2023.

Disse ter perdido o celular, o que prejudicou a defesa, segundo ele.

Negou ter planejado golpe ou incentivado qualquer ação contra o STF ou o resultado das eleições.

Disse que sempre informou a Bolsonaro que não havia indícios de fraude nas urnas.

Alegou abalo emocional e pressão política intensa à época dos fatos.

Depoimentos estão sendo colhidos no STF, com Alexandre de Moraes como relator da ação.