Publicado em 22 de agosto de 2025 às 17:55
A Polícia Federal localizou anotações manuscritas sobre a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), no porta-luvas de um dos carros do ex-presidente. O material foi apreendido durante buscas realizadas em 18 de julho.>
Segundo investigadores, os registros podem ter sido feitos pelo próprio Bolsonaro durante o interrogatório de Cid no STF, em junho. Apesar da apreensão, os papéis não foram incluídos no inquérito por coação, já que foram considerados irrelevantes para a investigação.>
Nos rabiscos, é possível identificar uma linha do tempo relacionada à colaboração premiada de Cid e anotações que indicam possíveis estratégias de defesa. Entre os trechos encontrados, Bolsonaro escreveu:>
• “Não existia grupos, sim indivíduos (…) considerando – 2 ou 3 reuniões. Defesa + sítio + prisão – várias autoridades. Previa: comissão eleitoral nova eleição.”>
• “Recebi o $ do Braga Netto e repassei p/ o major de Oliveira – pelo volume, menos de 100 mil. Pressão p/ PR assinar ‘um decreto’ – defesa ou sítio, mas nada vai acontecer.”>
• “Nem cogitação houve. Decreto de golpe??? Golpe não é legali//, constituição, golpe é conspiração.”>
Outras anotações incluem menções ao Ministro Fux, registros sobre deslocamentos (“Estava com a filha em Itatiba/SP”) e planejamentos de contingência, como “Plano de fuga – do GSI caso a Presidência fosse sitiada”.>
Para os investigadores, os papéis parecem reunir observações de pontos destacados por Cid em sua delação, refletindo as anotações feitas por Bolsonaro durante o próprio interrogatório.>
Com informações da CNN Brasil>