STF inicia interrogatório sobre trama golpista; assista

O depoimento segue sem prazo determinado para conclusão. Moraes deve ouvir ainda outros investigados nos próximos dias.

Publicado em 9 de junho de 2025 às 15:06

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Reprodução Crédito: Redes sociais

O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou na tarde desta segunda-feira (9) os interrogatórios dos réus envolvidos na suposta trama golpista que visava reverter o resultado das eleições presidenciais de 2022. O primeiro a prestar depoimento foi o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A sessão começou por volta das 14h15, sob condução do ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito. Na abertura, Moraes lembrou que todos os réus têm o direito ao silêncio para não se autoincriminarem — exceção feita a Cid, que firmou acordo de delação premiada com a Polícia Federal e, portanto, está obrigado a responder às perguntas.

Durante o depoimento, Mauro Cid declarou que aderiu ao acordo de delação de forma voluntária e negou ter participado diretamente das articulações golpistas. No entanto, afirmou que “presenciou grande parte dos fatos” que estão sendo investigados no inquérito que apura uma tentativa de golpe de Estado após as eleições.

Cid é considerado uma peça-chave nas investigações, devido à sua proximidade com Bolsonaro e ao conhecimento privilegiado sobre os bastidores do governo no período que antecedeu os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.

O depoimento segue sem prazo determinado para conclusão. Moraes deve ouvir ainda outros investigados nos próximos dias. A expectativa é que os depoimentos tragam novas informações que possam embasar a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) e os desdobramentos da ação penal no STF.

O processo faz parte de uma série de investigações que buscam responsabilizar os autores intelectuais e executores da tentativa de ruptura institucional no Brasil. Segundo a PF, Mauro Cid já forneceu informações relevantes à investigação, que incluem troca de mensagens, reuniões e supostos planos para reverter o processo eleitoral.

A defesa de Cid não comentou o conteúdo do depoimento até o momento.