STF: Mauro Cid e Braga Netto serão colocados frente a frente para acareação

Acareação entre os dois será realizada no dia 24 de junho, em meio às investigações sobre tentativa de golpe.

Publicado em 17 de junho de 2025 às 16:03

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Reprodução Crédito: Agência Brasil 

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a acareação entre o general Braga Netto e o tenente-coronel Mauro Cid, delator e ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. A medida foi determinada para confrontar divergências nos depoimentos prestados no inquérito que apura a suposta tentativa de golpe contra o Estado Democrático de Direito.

Na decisão, Moraes também impôs restrições severas a Braga Netto, que está preso preventivamente desde dezembro de 2024. O ex-ministro deverá informar com antecedência o local onde ficará hospedado durante o procedimento e está proibido de manter contato com qualquer pessoa, com exceção de seus advogados.

A acareação entre Cid e Braga Netto está marcada para o dia 24 de junho, na sala de audiências do STF, em Brasília. A defesa do general, no entanto, solicitou o adiamento para o dia 27, alegando que um dos advogados estará em viagem na data prevista. Até o momento, o ministro Moraes não respondeu ao pedido.

Outra acareação no mesmo dia

Na mesma decisão, Moraes também autorizou uma segunda acareação, desta vez entre o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército. A medida foi solicitada pela própria defesa de Torres, que apontou contradições relevantes entre os depoimentos dos dois militares, especialmente sobre ações relacionadas ao suposto plano golpista.

Esse segundo encontro também ocorrerá no dia 24 de junho, às 11h, no Supremo. O objetivo é esclarecer os pontos de conflito e garantir o pleno exercício do direito de defesa.

Ambas as acareações integram o conjunto de diligências da Polícia Federal com aval do STF para aprofundar as investigações sobre a tentativa de ruptura institucional após as eleições de 2022. O processo tem como base a delação de Mauro Cid, considerada peça-chave na elucidação da suposta trama golpista.