STF realiza acareação entre Mauro Cid e Braga Netto para esclarecer contradições sobre tentativa de golpe

A sessão está sendo conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso.

Publicado em 24 de junho de 2025 às 11:40

Mauro Cid e Braga Netto
Mauro Cid e Braga Netto Crédito: Reprodução 

O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou nesta terça-feira (24) uma acareação entre o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa, e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. O objetivo é esclarecer versões contraditórias apresentadas por ambos durante as investigações sobre uma possível tentativa de golpe de Estado no Brasil.

A sessão está sendo conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso. O ministro Luiz Fux também acompanha os trabalhos presencialmente, na sala de audiências do STF, em Brasília. A audiência acontece a portas fechadas.

O que é acareação?

A acareação é um procedimento jurídico utilizado quando duas ou mais pessoas apresentam relatos conflitantes sobre os mesmos fatos. Nesse encontro, elas são colocadas frente a frente, sob supervisão da Justiça, para reafirmarem suas versões e responderem a perguntas, com o objetivo de esclarecer a verdade.

Segundo a legislação brasileira:

• Réus (como Mauro Cid e Anderson Torres, por exemplo) têm o direito de permanecer em silêncio e não se autoincriminar.

• Testemunhas, como o general Freire Gomes, são obrigadas por lei a dizer a verdade.

Outras acareações no mesmo processo

Ainda nesta terça-feira, o STF também marcou a acareação entre o ex-ministro da Justiça Anderson Torres (réu no processo) e o general Freire Gomes, ex-comandante do Exército, que participa como testemunha. Ambos também deram depoimentos com pontos contraditórios sobre os eventos investigados.

Essas acareações fazem parte do inquérito que apura o envolvimento de militares e ex-integrantes do governo Bolsonaro em articulações golpistas, especialmente relacionadas aos atos de 8 de janeiro de 2023 e à suposta elaboração de minutas para anular as eleições presidenciais de 2022.

As investigações seguem sob sigilo, mas o STF avalia que confrontar os depoentes é essencial para avançar nas apurações.

Com informações da CNN Brasil