TCU vai apurar contratação de assessores de Erika Hilton apontados como maquiadores

Deputada federal nega irregularidade, diz ser alvo de perseguição e afirma que servidores desempenham funções técnicas além da produção de imagem.

Publicado em 27 de junho de 2025 às 15:06

TCU vai apurar contratação de assessores de Erika Hilton apontados como maquiadores
TCU vai apurar contratação de assessores de Erika Hilton apontados como maquiadores Crédito: Reprodução/Instagram/@hilton_erika

O Tribunal de Contas da União (TCU) deve investigar a contratação de dois assessores do gabinete da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) suspeitos de atuarem como maquiadores em horário de trabalho. A representação foi apresentada pelo subprocurador-geral do Ministério Público junto ao TCU, Lucas Rocha Furtado, na quarta-feira (25), com o pedido para que o tribunal apure possíveis irregularidades na nomeação dos funcionários.

Segundo o documento, os assessores Ronaldo Hass e Índy Montiel foram oficialmente contratados como secretários parlamentares, mas estariam exercendo atividades relacionadas à produção de imagem da parlamentar, o que, para o subprocurador, configura desvio de finalidade. Caso seja comprovado o uso indevido dos cargos, o TCU poderá determinar o ressarcimento de eventuais prejuízos aos cofres públicos.

Além da apuração no TCU, o caso já gerou uma representação no Conselho de Ética da Câmara, protocolada pelo deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP), adversário político de Erika.

Em resposta, Erika Hilton se manifestou pelas redes sociais e classificou as acusações como parte de uma campanha de perseguição contra seu mandato. A deputada negou que haja qualquer irregularidade e disse que os dois servidores desempenham atividades técnicas em seu gabinete, como participação em comissões, elaboração de relatórios e interlocução com a população.

“Conheci Ronaldo e Índy como maquiadores, mas identifiquei outros talentos neles. Eles me acompanham em agendas no Brasil e no exterior e, quando podem, fazem minha maquiagem. Mas mesmo que não fizessem, seguiriam como meus secretários parlamentares”, declarou a deputada.

De acordo com dados públicos, Hass recebe atualmente salário de R$ 9.678,22, enquanto Montiel tem remuneração mensal de R$ 2.126,59. O regimento da Câmara dos Deputados proíbe a contratação de funcionários exclusivamente para serviços de caráter particular, como produção de imagem pessoal.

Para Erika, o caso tem motivações políticas e estaria relacionado à sua atuação em pautas sensíveis, como o projeto que propõe o fim da jornada de trabalho 6x1 e o embate recente com o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) sobre fiscalização de transações via Pix.

“Que a indigestão dessa gente comigo continue se acumulando. Porque aqui, eu e meu gabinete continuaremos trabalhando”, afirmou a parlamentar em tom de enfrentamento.

Com informações de Poder 360