Flávio Bolsonaro ataca Moraes após voto para condenar ex-presidente

Do Salão Azul do Senado, Flávio acusou o ministro de agir com viés político e de transformar o julgamento em uma espécie de revanche pessoal

Publicado em 9 de setembro de 2025 às 18:32

Senador Flávio Bolsonaro -
Senador Flávio Bolsonaro - Crédito: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O senador Flávio Bolsonaro (PL-SP) partiu para o ataque contra o ministro Alexandre de Moraes logo após o magistrado votar pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF).

Do Salão Azul do Senado, nesta terça-feira (9), Flávio acusou o ministro de agir com viés político e de transformar o julgamento em uma espécie de revanche pessoal:

“Parecia o líder do governo do PT no Supremo, proferindo palavras sem embasamento jurídico, sem vinculação com absolutamente nenhuma prova, como quem está ali praticando uma vingança, porque, na cabeça dele, parece que Jair Bolsonaro queria matá-lo.”

Contexto do julgamento

Bolsonaro é acusado de liderar uma tentativa de golpe de Estado para permanecer no poder. As investigações também apontam que seus aliados chegaram a discutir um plano para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o próprio Moraes.

Flávio, porém, voltou a falar em “perseguição política” e tentou minimizar os indícios de conspiração. Segundo ele, as reuniões citadas pelas investigações tratariam apenas de medidas constitucionais, como “estado de defesa” ou “estado de sítio”:

“Como não havia base para nada, foi todo mundo para casa e nada aconteceu. Como isso foi tentativa de golpe?”, questionou.

Apesar da fala, ex-comandantes das Forças Armadas no governo Bolsonaro — Carlos de Almeida Baptista Júnior (Aeronáutica) e Marco Antonio Freire Gomes (Exército) — já confirmaram em depoimento que, em reunião no Palácio da Alvorada, em setembro de 2022, foram discutidas medidas para impedir a posse de Lula e suspender o resultado das urnas.

Acusação contra Moraes

Flávio também acusou Moraes de “manipulação processual”, alegando que haveria provas ainda não analisadas pelo Supremo. Ele pediu que o julgamento fosse suspenso até a investigação desses documentos:

“Que seja aberta uma investigação e que seja suspenso esse julgamento que está em andamento até que essa investigação seja concluída, pelo bem da democracia.”