Publicado em 14 de agosto de 2025 às 08:39
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, garantiu, nessa quarta-feira (13), em evento com representantes de diferentes matrizes religiosas, que o governo está aberto ao diálogo com o Congresso a respeito dos 63 vetos do presidente Lula ao PL 2.159, que flexibiliza licenças ambientais. A proposta é tratada pelos críticos como "PL da Devastação".>
“Estamos com muita disposição de dialogar com os parlamentares para mostrar que os vetos do presidente ajudam o Brasil. Possibilitam agilizar processos sem perder a qualidade do licenciamento, sem prejudicar o direito dos povos indígenas e quilombolas”, afirmou para a Agência Brasil.>
Ela argumentou que as decisões do governo federal em relação ao tema foram cuidadosas, garantem segurança jurídica e, ao mesmo tempo, não prejudicam a proteção do meio ambiente.>
“COP não será festa”>
No evento batizado de “Fé no Clima”, a ministra afirmou que o Brasil sediará a conferência do clima (COP30) com muitos desafios. “A COP30 não será festa, mas muito trabalho”.>
Ela defendeu que, mais do que discursos, são necessárias ações efetivas para o sucesso da conferência e das políticas públicas contra as mudanças climáticas. “A gente tem que se dispor a trabalhar. Os países vulneráveis, principalmente as pequenas ilhas, já estão pagando altas consequências”, alertou.>
Fé e ciência>
Durante o evento, Marina disse ainda que o país precisa de um “mutirão” de entendimento das pessoas em favor da preservação do meio ambiente para combater devastação e mudanças climáticas. Dentro desse mutirão, ela acredita ser necessário reunir representantes de diferentes culturas e posicionamentos, como são as lideranças religiosas.>
Para a ministra, fé e ciência são “suplementares” e de possível diálogo. “Mesmo que outra pessoa seja radicalmente diferente. A filosofia, a ciência, a poesia, a espiritualidade têm a capacidade de antecipar as coisas. E há muitas coisas que a ciência comprova hoje que a filosofia e a espiritualidade já haviam dito antes”.>
Segundo ela, as várias formas de fé fazem parte desse mutirão. “As várias contribuições que estão sendo dadas pelos cientistas, pelas lideranças políticas, pelos empresários, pelas mulheres e pelos povos tradicionais”.>