Barco movido a hidrogênio será lançado na véspera da COP30, em Belém

Um barco diferente vai marcar presença na véspera da COP30, em Belém. Trata-se do JAQ H1, uma embarcação de 36 metros movida a hidrogênio produzido a partir da água, um combustível limpo que não emite poluentes. O lançamento será no dia 9 de novembro, um dia antes do início oficial da conferência da ONU sobre o clima.

O JAQ H1 foi criado para funcionar como um laboratório flutuante, dedicado à educação ambiental e às pesquisas sobre os biomas marinhos e fluviais do Brasil. O projeto é idealizado por Ernani Paciornik, presidente do Grupo Náutica, que atua há mais de 50 anos no setor e é conhecido por campanhas ligadas à sustentabilidade.

O combustível que move o barco, o hidrogênio verde, será produzido por meio de um processo chamado eletrólise, que separa o hidrogênio da água usando energia de fontes renováveis. A produção é feita em parceria com o Itaipu Parquetec, centro de inovação ligado à usina de Itaipu, referência mundial em energia limpa.

O projeto também reúne grandes empresas internacionais. A montadora Great Wall Motors (GWM) e a fabricante alemã MAN contribuem com tecnologia de motores e engenharia. Já o design interno do barco fica por conta da Artefacto, marca brasileira conhecida pelo mobiliário de alto padrão. Outras parceiras são a Heineken, que apoia iniciativas de energia solar, e o Café Orfeu, referência em sustentabilidade no setor cafeeiro.

Etapas do projeto

O Projeto JAQ Hidrogênio será desenvolvido em três fases:

• Fase 1 (2025) – Apresentação do JAQ H1 na COP30, em Belém. Nesta etapa, o barco já vai operar parte de seus sistemas internos, como iluminação, ar-condicionado e serviços de bordo, usando hidrogênio verde.

• Fase 2 (2026) – O barco será exibido no Rio Boat Show, no Rio de Janeiro, com motores híbridos de alta eficiência, capazes de reduzir em até 80% as emissões de CO₂ durante a navegação.

• Fase 3 (2027) – Lançamento do JAQ H2, uma embarcação ainda mais avançada, de 50 metros, que será totalmente autossuficiente. Ela poderá produzir o próprio hidrogênio a bordo, retirando água do mar, dessalinizando e transformando-a em energia limpa, sem gerar nenhum tipo de poluição.

O projeto também firmou uma parceria com o Porto do Açu, no Rio de Janeiro, que servirá como base de testes a partir de 2026. O local vai abrigar estudos sobre a viabilidade comercial, ambiental e financeira da tecnologia.

Com a apresentação do JAQ H1 na COP30, o Brasil se coloca como referência em inovação para navegação sustentável, mostrando ao mundo que é possível unir ciência, tecnologia e preservação ambiental em um mesmo barco, literalmente.

Com informações do BNews