Publicado em 29 de julho de 2025 às 10:27
O Brasil ficou em 4º lugar globalmente em adições de energia renovável em 2024, atrás apenas da China, dos Estados Unidos da América e da União Europeia, figurando assim, como o principal país em desenvolvimento nestas adições. A energia hidrelétrica ainda domina o cenário nacional, fornecendo mais de 50% da eletricidade, porém a energia solar e eólica estão crescendo rapidamente no país.>
Neste mercado, o Brasil continua líder global em custos, com energia eólica onshore a Custo Nivelado de Energia (na sigla em inglês, LCOE) baixo, em US$ 30/MWh, patamar similar ao da China. Um dado interessante, uma vez que a LCOE da energia solar fotovoltaica atingiu US$ 48/MWh no ano do estudo, o que representa competitividade em comparação com combustíveis fósseis.>
A nível global, a energia solar fotovoltaica foi, em média, 41% mais barata do que as alternativas fósseis mais baratas, enquanto os projetos de energia eólica onshore tiveram preços 53% mais acessíveis.>
Fontes renováveis de energia mantém vantagem de preço em relação aos combustíveis fósseis>
Inovações tecnológicas, cadeias de suprimentos competitivas e economias de escala. Esses são alguns dos fatores que impulsionaram as fontes renováveis de energia a continuarem sendo mais interessantes economicamente do que os combustíveis fósseis. A confirmação é do mais recente relatório da Agência Internacional para Energias Renováveis (na sigla em inglês, IRENA), o qual dá publiciza um estudo detalhado a partir de dados de 2024.>
Tendo em vista que 91% dos novos projetos de energia renovável comissionados no ano passado foram mais econômicos do que qualquer nova alternativa fóssil, o argumento econômico a favor dos renováveis se torna cada vez mais forte. De acordo com o relatório, as energias renováveis tanto competem em custo com os combustíveis fósseis como também oferecem vantagens adicionais ao reduzir a dependência dos mercados internacionais de combustíveis e ao melhorar a segurança energética.>
“As renováveis já quase igualam os combustíveis fósseis em capacidade instalada global. E isso é só o começo. No ano passado, toda a nova capacidade energética instalada no mundo veio de fontes renováveis e em todos os continentes a expansão das renováveis superou a dos fósseis. O futuro da energia limpa não é mais uma promessa, é um fato”, destacou o secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, no lançamento do documento, em Nova York (EUA).>
Quem também prestigiou o lançamento e comentou os dados foi o presidente da COP30, o embaixador André Corrêa do Lago. “Este documento demonstra que o combate à mudança do clima é, não somente uma oportunidade econômica, mas uma imensa oportunidade para melhorar a vida das pessoas e para criar empregos. Sempre temos que lembrar que a mudança do clima é um grande desafio, mas que a nossa reação é possível. Existem soluções, e esse relatório prepara as nossas discussões da COP30, como poucas coisas poderiam ser mais úteis”, colocou ele, que ainda considerou a pesquisa como histórica.>
Outra pesquisa, lançada em abril, na Alemanha, em evento preparatório para a COP30, já contribuia para este entendimento, ao descrever que investir em energia limpa e eficiência energética aumenta a produtividade e a inovação, bem como que a apresentação e o posterior cumprimento de Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) reforçadas pode não apenas evitar perdas econômicas significativas aos países, mas aumentar o Produto Interno Bruto (PIB) global em cerca de 3% até 2050 e até 13% até 2100.>
Algumas conclusões do Relatório:>
O relatório ainda aponta que regiões do Sul Global (Ásia, África e América do Sul) apresentam maior potencial renovável e melhores taxas de aprendizado, e assim, podem experimentar quedas mais acentuadas nos custos - isto, mesmo no dado cenário de crise do multilateralismo, o que impacta também debates sobre o clima.>
O IRENA não deixa de fazer apontamentos neste sentido, em que mudanças geopolíticas, incluindo tarifas comerciais, gargalos no fornecimento de matérias-primas e dinâmicas de fabricação representam riscos que podem elevar temporariamente os custos.>