Publicado em 7 de novembro de 2025 às 08:10
A Caixa Econômica Federal anunciou o lançamento de uma plataforma que vai mensurar a geração de carbono incorporado em empreendimentos habitacionais financiados pela instituição, em parceria com a Universidade de São Paulo (USP). O objetivo do Benchmark Iterativo para Projetos de Baixo Carbono (BIPC) é promover a melhoria nos projetos estruturais e reduzir o consumo de materiais para a redução direta de CO₂ e dos custos de produção. >
O BIPC terá como foco inicial os projetos estruturais de empreendimentos imobiliários, em especial os vinculados ao Minha Casa Minha Vida, que têm a padronização como uma de suas características, o que oferece uma oportunidade singular de reduzir as emissões de CO2, aumentar a qualidade das habitações e estimular a inovação tecnológica no setor.>
O sistema conta ainda com uma área aberta para que a sociedade possa consultar a linha de base de carbono de diferentes tipologias construtivas.>
“A economia de baixo carbono também é fator de lucratividade para as empresas, é fator de melhoria social e a Caixa tem esse compromisso de promover e dar instrumentos para que isso vire realidade”, enfatizou o presidente da Caixa, Carlos Vieira.>
A ferramenta permite analisar o impacto dos empreendimentos por tipologia construtiva, por número de pavimentos ou por elemento construtivo e comparar diferentes simulações de projeto, identificando quais elementos, como vigas e pilares, e materiais, por exemplo, concreto ou cimento, são os maiores responsáveis pelas emissões e como o projeto pode ser melhorado. As comparações são realizadas em relação às melhores práticas de mercado.>
O objetivo da Caixa a partir dessa solução, é subsidiar as políticas habitacionais do banco com informações relacionadas à sustentabilidade de empreendimentos, estimular o mercado a adotar métodos sustentáveis, melhorando o projeto estrutural e reduzindo o consumo de materiais para a redução direta de CO2 e dos custos de produção.>
O anúncio foi feito durante o evento “Habitação de baixo carbono: experiências globais e soluções locais”, em São Paulo (SP), que é uma parceria entre Caixa e CNP Seguradora, na segunda-feira, 03/11. Além do presidente do banco, participaram a vice-presidente de Habitação da instituição, Inês Magalhães, e o vice-presidente de Sustentabilidade e Cidadania Digital em exercício, Jean Benevides.>
Novos compromissos>
Na ocasião, a Caixa anunciou quatro novos compromissos alinhados às diretrizes internacionais para o desenvolvimento sustentável. Uma das metas é alcançar o equilíbrio das emissões até 2050, obtendo o saldo de zero emissões líquidas, o que o mercado denomina como Net Zero. Isso vale tanto para as emissões diretas quanto para as indiretas, que leva em consideração as emissões geradas em operações financiadas pelo banco.>
O banco também implementará um modelo institucional baseado nos princípios da economia circular, com o objetivo de minimizar a destinação de resíduos a aterros sanitários e zerar envio de resíduos para incineração (zero waste) até 2050. A meta é reduzir ao máximo a geração de resíduos, priorizando a reutilização, a reciclagem e a compostagem.>
O terceiro compromisso prevê que, até 2030, a carteira de crédito verde da instituição deve aumentar em 50%, chegando a um saldo de R$1,25 trilhão.>
Promover a igualdade de oportunidades é o quarto compromisso que a Caixa reforçou. Até 2030, pelo menos 36% dos cargos de chefia de unidade (funções gerenciais) serão ocupados por mulheres, fortalecendo a representatividade feminina em posições de liderança. Hoje, o estatuto do banco já prevê que ao menos 1/3 das posições da alta gestão da empresa sejam ocupadas por mulheres.>
O presidente frisou que o anúncio dos compromissos é um marco na atuação da instituição financeira. “Hoje, demos um passo firme e concreto para um futuro mais justo, sustentável, que promoverá equidade e justiça social. É um dia histórico para a Caixa”, afirmou Vieira.>
“Esses compromissos e a BIPc não são ações isoladas. Eles se conectam como parte de uma mesma visão: transformar o crédito em impacto e o desenvolvimento em sustentabilidade”, concluiu Vieira.>