Publicado em 8 de novembro de 2025 às 19:21
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) inaugurou neste sábado, 8, a Casa BNDES na COP30. Instalada no coração de Belém (PA), no histórico Complexo dos Mercedários, a Casa BNDES vai transformar a região das docas em um epicentro de cultura, cinema e biodiversidade durante a COP30, aberto ao público de 9 a 21 de novembro. Com entrada gratuita, o espaço reunirá uma programação intensa de filmes, exposições, performances e experiências sensoriais que conectam arte, ciência e sustentabilidade.>
A inauguração contou com a presença do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, da vice-governadora do Pará, Hanna Ghassam, do reitor da Universidade Federal do Pará (UFPA), Gilmar Pereira da Silva, e da diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campello.>
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destacou o valor histórico e simbólico do Conjunto dos Mercedários na reabertura do espaço durante a COP30. Segundo ele, o restauro resgata uma parte decisiva da formação territorial da Amazônia e do Brasil.>
“O Conjunto dos Mercedários é uma referência única da arquitetura de origem espanhola no Brasil. Ele está ligado à expedição de Pedro Teixeira, que registrou a presença portuguesa e permitiu que, no Tratado de Madri, a Amazônia fosse reconhecida como parte do Brasil. Recuperar este edifício é devolver à cidade uma memória fundamental da história nacional. O BNDES tem muito orgulho desse trabalho e agradece à Universidade Federal do Pará e a todos os que contribuíram para tornar este restauro possível.”>
Um dos destaques da Casa BNDES é o CineCOP BNDES, festival que propõe um diálogo entre o cinema e os temas centrais da conferência climática, levando para as telas histórias sobre a floresta, o território e a resistência dos povos da Amazônia e do Brasil.>
A principal atração do CineCOP BNDES será a pré-estreia nacional de Tainá e os Guardiões da Amazônia – Em Busca da Flecha Azul, marcada para 13 de novembro. A sessão, para convidados, contará com a presença do elenco e da cantora Fafá de Belém, que empresta sua voz a um dos personagens. Produzida em animação 3D, a nova aventura da heroína amazônica traz Tainá em missão para recuperar a Flecha Azul e se tornar Guardiã da Amazônia. Na jornada, ela se une aos amigos Catu, Pepe e Suri para impedir que um mal ameace a floresta. Com direção de André Pellenz e Rodrigo Gava, o longa reforça valores como amizade, coragem e união entre os povos da floresta — e renova a magia da personagem que marcou gerações.>
“É emocionante reabrir o Conjunto dos Mercedários, restaurado com recursos da Lei Rouanet pelo BNDES e pela Vale. Durante a COP30, o espaço da Universidade Federal do Pará vai sediar a Casa BNDES, que estará aberta para receber a população de Belém e os visitantes. Teremos a exposição do Fundo Amazônia, experiências imersivas para conhecer a Amazônia, inclusive em realidade virtual, e obras de artistas selecionados para compor a programação da Casa. Convidamos todos a visitar o espaço ao longo das próximas duas semanas”, disse a diretora Sociambiental do BNDES, Tereza Campello.>
"Eu quero aqui parabenizar todos os parceiros, parabenizar o BNDES por esse trabalho maravilhoso que foi feito, parabenizar a Universidade Federal. Esse está sendo agora um espaço de cultura, de conhecimento e de formação. E a cidade de Belém, o Estado do Pará, fica muito feliz de ver esse momento que nós estamos vivendo, de resgatar o patrimônio histórico e cultural do nosso estado", disse a governadora Hanna Ghassan, na cerimônia de abertura.>
Cinema e consciência ambiental – Ao longo de 13 dias, o festival exibirá mais de 30 títulos, entre longas, médias e curtas, que exploram temas de ancestralidade, sustentabilidade e justiça social e dialogam com os desafios socioambientais contemporâneos. “O audiovisual é uma das formas mais potentes de conectar pessoas à agenda ambiental. Quando o cinema entra em cena, ele não apenas emociona — ele desperta consciência. O BNDES quer que a COP30 seja também um grande encontro entre cultura, inovação e esperança”, afirmou o presidente do Banco, Aloizio Mercadante.>
Diversas sessões contarão com rodas de conversa, com debates com especialistas, artistas e lideranças indígenas. Estão confirmados nomes como Lilian Rahal, Carlos Lisboa Travassos, Carlos Augusto da Silva (Dr. Tijolo), Eduardo Góes Neves, Ricardo Abramovay, Aline Matulja, entre outros.>
Entre os filmes estão Brava Gente Brasileira (Lucia Murat), Xingu (Cao Hamburger), O Bem Virá (Uilma Queiroz), Uma História de Amor e Fúria (Luiz Bolognesi e Laís Bodansky), O Veneno está na Mesa (Silvio Tendler), Amazônia Groove (Bruno Murtinho), "Brasil antes de 1.500. A história que você nunca aprendeu" e o recém-lançado Malês, de Antônio Pitanga, sobre a mais importante rebelião urbana de escravizados do Brasil.>
Também se destacam Piripkura (2017), de Bruno Jorge, Mariana Oliva e Renata Terra, e Mundurukuyü – A Floresta das Mulheres Peixe (2024), de Aldira Akay, Beka Munduruku e Rylcélia Akay.>
Piripkura retrata a comovente luta de dois dos últimos sobreviventes de um povo indígena isolado no Mato Grosso, que vivem em meio à devastação provocada por fazendas e madeireiras. Já Mundurukuyü transporta o público para as margens do Tapajós, onde mitos e vida cotidiana se entrelaçam na aldeia Sawre Muybu.>
A mostra incluirá ainda os vencedores da 5ª edição da Mostra Audiovisual do Museu da Pessoa, dedicada ao tema Vidas Indígenas, com filmes digitalizados com financiamento do BNDES.>
Exposição Afluentes e muito mais – A programação da Casa BNDES vai além do cinema. O espaço abrigará a exposição inédita “Afluentes: caminhos e histórias do Fundo Amazônia”, que reúne vídeos e fotografias retratando experiências de projetos apoiados pelo Fundo ao longo de seus 17 anos. A exposição é fruto de uma pesquisa realizada nos últimos meses, percorrendo os nove estados da Amazônia Legal. A pesquisa ouviu e registrou as vozes das pessoas que aplicam os recursos recebidos e transformam dinheiro em sementes e frutos. O percurso de visitação da mostra permite uma vivência dos territórios da Amazônia.>
Já no Foyer do Auditório, a mostra “Lendas da Amazônia: Arte e Ancestralidade”, de Nelson Nabiça, apresenta esculturas de personagens como Curupira, Mapinguari e Iara, em um circuito de lendas e guardiões.>
No dia 12, o Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB) apresentará o espetáculo “Mulheres da Floresta em Três Atos: Imagem, Som e Cena”, com a peça teatral “Da Luta a Cena Teatral: Quebradeiras de Coco Babaçu te conta” e apresentação do grupo musical “As Encantadeiras”, manifestação cultural com voz e percussão.>
A programação inclui ainda mesas de debates, como o painel “Para que a comida não alimente a crise climática”, mediado pela diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campello, com participação dos pesquisadores Ricardo Galvão, Arilson Favareto e Ricardo Abramovay. O painel marca também o lançamento do livro “Caminhos para a transição do sistema agroalimentar”, organizado por Abramovay e Favareto.>
Realidade virtual e experiências sensoriais – A Casa BNDES também convida o público a mergulhar em experiências sensoriais por meio de projeções na fachada do prédio histórico e filmes em realidade virtual. No Jardim Central, o público poderá vivenciar a Experiência VR Amazônia Viva, primeiro filme de realidade virtual do cineasta Estêvão Ciavatta, que oferece uma jornada em 360° pelas margens do Rio Tapajós, guiada pela cacica Raquel Tupinambá. O curta, eleito melhor filme no Festival Planeta (Barcelona, 2023), mostra como a tecnologia pode aproximar o público da floresta e de suas lideranças. Já na Experiência VR Caatinga, o visitante percorre o bioma brasileiro e descobre como a resiliência e a sabedoria popular transformam a aridez em poesia e vida.>
O Complexo dos Mercedários será palco ainda da experiência "Casa das Luzes", que iluminará a fachada do prédio histórico com projeções mapeadas que celebram a biodiversidade e a cultura amazônica.>
Um patrimônio restaurado para a cultura amazônica – A Casa BNDES ocupará durante a COP 30 um dos conjuntos arquitetônicos mais emblemáticos do centro histórico de Belém. O Complexo dos Mercedários está em processo de restauração pela iniciativa “BNDES Resgatando a História”, que apoia a recuperação do patrimônio histórico material, imaterial e de acervos memoriais de todo o país.>
A restauração é uma das diversas obras em Belém apoiadas pelo BNDES no processo de preparação para a COP30. O investimento total é de R$ 49,4 milhões, sendo R$ 36,3 milhões em recursos não reembolsáveis do BNDES Fundo Cultural, com apoio da UFPA, do Instituto Cultural Vale e da Fapespa (Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisa do Pará).>
Segundo o reitor da UFPA, Gilmar Pereira da Silva, a Casa BNDES, no Conjunto dos Mercadores, se consolida como um espaço que vai operar como laboratório e referência em restauro no centro histórico.>
“Queremos, como universidade, construir um centro de pesquisa que sirva ao restauro de todo o nosso centro histórico. Ao restaurar este espaço e ver outros ganharem forma, buscamos ampliar e compartilhar nosso conhecimento para recuperar o centro histórico, que é nosso patrimônio e nossa identidade.”>
Construído originalmente em 1640 e refeito em 1748, o complexo congrega a Igreja de Nossa Senhora das Mercês e o antigo Convento dos Mercedários, hoje a unidade Mercedários da UFPA. A inauguração completa do conjunto está prevista para 2027.>
“A Casa BNDES foi idealizada como um ponto de encontro entre a COP30 e a população de Belém. Mesmo quem não participa das negociações oficiais poderá viver essa experiência cultural e se aproximar das discussões ambientais de forma sensível e acessível”, afirma Marina Moreira da Gama, superintendente da Área de Relacionamento, Marketing e Cultura do BNDES.>
Além das atividades acadêmicas e científicas já em andamento no Mercedários, o espaço abrigará a nova Galeria de Arte da UFPA (GAU), uma livraria da Editora da UFPA, o Museu de Ciências do Patrimônio Cultural, um projeto de ensino da Escola de Música da UFPA, e um novo auditório com capacidade para 175 pessoas.>
Serviço>
Casa BNDES na COP 30>
Quando: 9 a 21 de novembro de 2025>
Horários: 15h às 22h | Entrada gratuita, sujeita à lotação>
Endereço: Complexo dos Mercedários (Prédio da antiga Alfândega)>
Boulevard Castilhos França, s/n - Bairro Campina, Belém-PA>
(Entre Rua da Indústria e Tv. Frutuoso Guimarães. Acesso em frente ao estacionamento da Estação das Docas)>
Hotsite: http://www.bndes.gov.br/casabndes>