Chanceler da Alemanha diz que 'ficou feliz' ao ir embora de Belém após COP30

Ao tentar valorizar a Alemanha como destino de investimentos, Merz usou o Brasil como contraponto, e recorreu a uma comparação que gerou reação imediata.

Publicado em 17 de novembro de 2025 às 16:25

Merz usou o Brasil como contraponto, e recorreu a uma comparação que gerou reação imediata.
Merz usou o Brasil como contraponto, e recorreu a uma comparação que gerou reação imediata. Crédito: Reprodução 

O chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, fez comentários depreciativos sobre o Brasil ao discursar no congresso da Federação Alemã de Varejo, em Berlim, na quinta-feira (13). Ao tentar valorizar a Alemanha como destino de investimentos, Merz usou o Brasil como contraponto, e recorreu a uma comparação que gerou reação imediata.

Merz contou ao público que havia perguntado a jornalistas que o acompanharam ao Brasil, incluindo a passagem por Belém durante a COP30, se alguém gostaria de viver no país. “Ninguém levantou a mão”, afirmou.

“Vivemos em um dos países mais bonitos do mundo… Ficamos todos felizes por termos voltado para a Alemanha naquela noite”, disse o chanceler, insinuando que Belém não seria um lugar desejável para se viver.

A fala soou desnecessária até para quem estava no auditório, especialmente porque, momentos antes, o próprio Merz havia listado problemas internos da Alemanha, como falhas de infraestrutura e desafios da economia. “Precisamos mostrar que nossa ordem econômica ainda funciona”, afirmou, criticando o governo federal alemão.

Durante a breve passagem pela COP30, em Belém, Merz tentou reforçar um discurso de compromisso climático. Disse que “o mundo está em uma encruzilhada” e que a Alemanha aposta em inovação e tecnologia para enfrentar a crise climática. Especialistas, porém, lembram que o país ainda está distante de metas compatíveis com o limite de 1,5 ºC.

As declarações aumentaram a desconfiança sobre seu compromisso ambiental. “Friedrich Merz não conseguiu delinear um rumo claro para a proteção climática e tem aumentado a incerteza na sociedade”, criticou Martin Kaiser, do Greenpeace Alemanha.