Publicado em 4 de setembro de 2025 às 10:47
Negacionismo, fake news e outras potocas foi a temática que dominou as atividades do Festival Saúva - Transição, território e clima nesta quarta-feira(3), primeiro dia do evento realizado em Belém, um debate sobre justiça climática, transição justa e a participação da população e dos territórios no contexto pré-COP30 e Cúpula dos Povos.>
Sob a mediação da atriz e apresentadora do Tempo Virou, Giovanna Nader, as jornalistas Isabelle Maciel, editora geral do Tapajós de Fato; Rachel Gepp, diretora do Utopika Estúdio Criativo; e Thaís Bernardes, fundadora do Notícia Preta; provocaram a plateia com diversos questionamentos, desde a origem das fake news - as tradicionais fofocas de vizinhas -, até os dias atuais, tendo como principal aliada a internet, por meio das redes sociais.>
Thaís Bernardes apontou as estratégias da comunicação alternativa em transformar recursos empresariais ou governamentais em prol de grupos sociais, como a população negra, que não tem acesso a recursos para projetos sociais. Para a editora do Tapajós de Fato, a educação popular tem sido uma ferramenta forte de luta, não só para combater o negacionismo dos diversos problemas sociais, mas também, em momento de COP, contribuir para fazer com que a população tenha voz e se sinta protagonista no debate sobre o clima, que ocorrerá em novembro, na capital paraense.>
Rachel Gepp ressaltou a importância de ter a possibilidade de falar sobre fakes news a partir do olhar da publicidade e não tratar somente a partir do olhar do jornalismo. >
CONTRASTES>
No painel Mudanças climáticas x Distrações climáticas, os debatedores levantaram a dualidade entre esse dois contrastes. A ação das petroleiras e o agronegócio foram apontados como as grandes distrações climáticas usadas para camuflar problemas causados ao clima por esses agentes. >
“A maior das distrações climáticas é não priorizar a defesa que o petróleo fique no subsolo, considerando petróleo, gás e as petroleiras as grandes responsáveis pelo aquecimento global, pela crise climática, que só vem crescendo cada vez mais, provocando cada vez mais injustiças climáticas”, disse a coordenadora da FASE Espírito Santo, Daniela Meireles. Para Daniela, é lamentável pensar que nas COPs as petroleiras ocupem espaço de representações maiores do que muitos países e criem blindagens para que o real problema que eles provocam seja debatido. >
O pesquisador Flávio Pacheco, da escola de Agroecologia da Amazônia, defendeu que distrações climáticas são as fáceis soluções que o capitalismo coloca como solução para os problemas do clima. “Existem fortes distrações que não vão resolver os problemas climáticos, porque, na verdade, elas são causadoras dos problemas climáticos”, apontou o pesquisador. Para ele, a solução é a agroecologia e a forma de manejo que as comunidades tradicionais, especialmente da Amazônia, já fazem.>
O Festival Saúva segue nesta quinta-feira(4), com uma programação ao longo do dia no Memorial dos Povos e finaliza com apresentação do Arraial do Pavulagem. >
Serviço>
Festival Saúva - Transição - Território - Clima.>
Data: 3 e 4 de setembro>
Local: Memorial dos Povos, avenida Governador José Malcher entre rua Dr. Moraes e travessa Piedade, Belém.>
Horário: 9h às 21h>
Evento gratuito e aberto ao público. Para participar, acesse o formulário de inscrições no endereço https://acesse.one/cUSrk>
PROGRAMAÇÃO DE QUINTA-FEIRA (4)>
9h - Contação de Histórias e Jogo Que Transição É Éssa?>
10h - Painéis de debates simultâneos – “Entrando no clima da COP30” / “Onde termina a transição e começa a mudança?”>
12h - Intervalo – Programação Cultural.>
13h30 - Painéis de debates simultâneos – “Amazônia, Interculturalidade e Territórios de Justiça Climática” / “Onde está o dinheiro para o clima?”>
15h – Painel final – “Da Amazônia para o mundo: Cúpula dos Povos rumo à COP 30”.>
15h - Mostra Saúva de Cinema.>
19h - Arraial do Pavulagem.>
21h – Encerramento.>