COP 30: governo pressiona empresa que cobra R$ 2 milhões para 'hospedar' aviões em Belém
Pacote de até US$ 400 mil para estacionamento de aeronaves preocupa o Planalto e pode dificultar a participação de delegações estrangeiras no evento
Publicado em 30 de setembro de 2025 às 07:34
Após um levantamento feito pela Casa Civil da Presidência da República e o Ministério das Relações Exteriores, os órgãos tomaram uma medida que pressiona a empresa Líder Aviação, responsável pelo serviço de táxi aéreo no Aeroporto Internacional de Belém, capital paraense, a reduzir os valores cobrados pelo estacionamento de aeronaves durante o período da COP30.
Conforme o estudo, a companhia estaria cobrando cerca de US$ 400 mil (R$ 2,1 milhões) pelo pacote de "hospedagem" em seu hangar, valor este, considerado o mais alto do mundo. A avaliação do governo do Brasil é de que a tarifa pode inviabilizar a vinda de delegações estrangeiras já confirmadas para a conferência climática.
Conforme reportagem da Folha de São Paulo, a Líder não confirmou os números e afirmou que os preços são reflexos dos custos operacionais, como porte da aeronave, tipo de serviço, tempo de permanência e equipamentos de apoio necessários. Em nota, destacou ainda que os valores só serão definidos de acordo com cada demanda e que a empresa realizou investimentos em infraestrutura e equipe para atender ao evento.
O Ministério de Portos e Aeroportos acionou a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que informou estar acompanhando a situação, mas declarou não ter competência para intervir nos preços praticados. A agência, no entanto, afirmou que já está em contato com a administração do Aeroporto de Belém, sob gestão da concessionária Norte da Amazônia Airports (NOA), para entender a composição da cobrança. A NOA, por sua vez, disse não ter conhecimento do valor mencionado pelo governo.
HOSPEDAGEM
Além da polêmica envolvendo os preços da Líder, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou recentemente, em visita à capital paraense, que o governo vai acionar a Justiça contra abusos identificados no setor hoteleiro durante a COP30.
Um levantamento da Defensoria Pública do Pará mostrou que plataformas como Booking.com e Agoda chegaram a anunciar tarifas até 20 vezes mais caras que no período do Círio de Nazaré, que durante a procissão religiosa uma diária de quarto duplo custava cerca de R$ 5,1 mil, para a COP30 esse mesmo tipo de acomodação chegou a ser anunciado por R$ 105,9 mil, alta de 1.976%.
Com informações da Folha de São Paulo
