Publicado em 13 de novembro de 2025 às 13:31
A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (COP30) já começou em Belém (PA), reunindo representantes de quase 200 países para discutir soluções diante da crise climática. Como país-sede, o Brasil tem um papel central: além de garantir a infraestrutura e a segurança do evento, o governo brasileiro também lidera as discussões para alcançar novos acordos capazes de frear o aquecimento global e evitar o chamado colapso climático, um cenário extremo que ameaça a sobrevivência humana no planeta.>
O Brasil quer uma COP “da verdade”>
Durante a Assembleia Geral da ONU, em setembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um convite direto à comunidade internacional: tratar com seriedade a emergência climática e agir com base na justiça climática, conceito que defende que países historicamente responsáveis pelas emissões de carbono devem contribuir mais com recursos e tecnologia.>
“Bombas e armas nucleares não vão nos proteger da crise climática. O ano de 2024 foi o mais quente já registrado. A COP30, em Belém, será a COP da verdade, o momento de provarmos o compromisso real com o planeta”, declarou Lula.>
“Enquanto países ricos desfrutam de um padrão de vida construído às custas de dois séculos de emissões, as nações em desenvolvimento enfrentam os impactos da mudança do clima junto com outros desafios. Exigir maior ambição e acesso a recursos não é caridade, é justiça.”>
Os temas prioritários para o Brasil>
Em outubro, durante a Pré-COP, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, destacou quatro eixos principais que o Brasil pretende avançar durante a conferência:>
• Financiamento climático: ampliar o acesso de países pobres e em desenvolvimento a fundos internacionais para adaptação e mitigação dos efeitos da crise climática;>
• Adaptação: desenvolver políticas que preparem comunidades vulneráveis para eventos extremos, como secas e enchentes;>
• Transição energética: incentivar o uso de energias limpas e reduzir a dependência de combustíveis fósseis;>
• Participação social: incluir povos indígenas, comunidades tradicionais e sociedade civil nas decisões climáticas.>
“Antes dizíamos: pensar globalmente e agir localmente. Agora isso não basta. A crise climática exige que todos atuem ao mesmo tempo, local e globalmente, com solidariedade, recursos e tecnologia”, ressaltou Marina.>
As cartas do Brasil ao mundo>
Ao longo de 2024, o presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, publicou uma série de cartas com recomendações para orientar os debates. A oitava, lançada em outubro, reúne propostas concretas de ação a serem adotadas pelos países que integram a Convenção do Clima da ONU.>
O objetivo é transformar promessas em compromissos reais, com prazos e metas verificáveis.>
Belém, capital simbólica do clima>
Na abertura da Cúpula dos Líderes, em 6 de novembro, o presidente Lula reforçou a importância de cumprir o Acordo de Paris, principal tratado internacional sobre o clima, e defendeu o diálogo aberto entre as nações.>
“Esta Cúpula é uma inovação que trazemos às COPs. As convergências já são conhecidas, agora precisamos enfrentar as divergências. As palavras ditas aqui serão a bússola das negociações nas próximas semanas”, afirmou Lula.>
De forma simbólica, até o fim da conferência, Belém foi declarada capital do Brasil, refletindo o protagonismo amazônico no debate global sobre o clima.>
O que vem a seguir>
Nos próximos dias, as discussões continuam em torno das propostas apresentadas pelo Brasil e pelos demais países. No penúltimo episódio da série especial do Roma News na COP30, vamos detalhar quais são as principais propostas brasileiras e como elas podem influenciar os rumos da diplomacia climática mundial.>