Cúpula do Clima: BNDES mobiliza R$ 7 bilhões para o setor florestal; confira

Volume de recursos representa o plantio de 283 milhões de árvores, 70 mil empregos gerados e 54 milhões de toneladas de CO₂e capturadas.

Publicado em 7 de novembro de 2025 às 07:15

Recursos financiam ações em todos os biomas do país.
Recursos financiam ações em todos os biomas do país. Crédito: Reprodução

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) já mobilizou R$ 7 bilhões para conservação, recuperação e manejo de florestas brasileiras desde 2023. O anúncio foi feito pelo presidente da instituição, Aloizio Mercadante, nesta quinta-feira, na Cúpula do Clima de Belém (PA). É o maior investimento da história do BNDES no setor florestal, resultado de uma combinação de instrumentos reembolsáveis e não reembolsáveis, crédito, garantias, concessões e apoio produtivo.

Os recursos financiam ações em todos os biomas do país, consolidando o Brasil como protagonista global da restauração florestal e da bioeconomia de espécies nativas. Em resultados concretos, os R$ 7 bilhões viabilizados equivalem a 280 milhões de árvores plantadas, 168 mil hectares recuperados, 70 mil empregos gerados e 54 milhões de toneladas de CO₂e capturadas — o equivalente a três anos sem carros em circulação na cidade de São Paulo.

“Estamos transformando o Arco do Desmatamento no Arco da Restauração. Na COP28, prometemos mobilizar R$ 1 bilhão para esse programa. Hoje já alcançamos cerca de R$ 7 bilhões para reflorestamento, o que representa o plantio de 283 milhões de árvores e a captura de 54 milhões de toneladas de CO₂ da atmosfera. É o Brasil mostrando que é possível restaurar o planeta e desenvolver a economia verde”, afirmou Mercadante, durante a Sessão Temática sobre Clima e Natureza.

BNDES Florestas – O BNDES lançou recentemente a plataforma BNDES Florestas — um guarda-chuva que organiza e dá transparência às ações do banco no setor. A iniciativa consolida programas como Floresta Viva (fases 1 e 2), Arco da Restauração, Restaura Amazônia, com recursos do Fundo Amazônia, BNDES Florestas Inovação, BNDES Florestas Crédito e ProFloresta+, em parceria com a Petrobras, além das operações de crédito do Fundo Clima, voltadas à restauração ecológica, estruturação de cadeias produtivas e conexão entre crédito e contratos de carbono.

O conjunto de iniciativas apoiadas pelo BNDES cobre desde a restauração ecológica e produtiva, financiada com crédito do Fundo Clima, até programas de inovação tecnológica e parcerias com o setor privado. O Fundo Clima já aprovou ou contratou R$ 1,9 bilhão em crédito para 14 projetos de restauração, silvicultura e manejo de espécies nativas, movimentando um total de R$ 5,7 bilhões em investimentos privados associados.

“Esse é um programa economicamente sustentável, produtivo e que atrai o setor privado. Mostra que quem quer investir na economia verde não pode ter o balanço no vermelho. O Brasil tem tudo para ser o maior polo de restauração do planeta — e quero colocar o BNDES à disposição para trocar experiência e tecnologia e para buscar mais parcerias. Além de não desmatar, temos que reconstruir a floresta brasileira”, disse o presidente.

Arco da Restauração – Na Amazônia, o Arco da Restauração — lançado em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) na COP28, com investimentos de R$ 1 bilhão — já mobilizou, em menos de dois anos, R$ 2,4 bilhões em ações de recomposição florestal. Dentro desse esforço, o programa Restaura Amazônia, com R$ 500 milhões em recursos não reembolsáveis (sendo R$ 450 milhões do Fundo Amazônia e R$ 50 milhões da Petrobras), apoia sistemas agroflorestais e projetos de restauração em áreas degradadas com editais voltados a Terras Indígenas, assentamentos e Unidades de Conservação.

Os 45 projetos já selecionados abrangem ações de restauração em pelo menos nove unidades de conservação, 80 assentamentos e 39 terras indígenas, fortalecendo a recuperação ambiental em territórios estratégicos.

Na frente de inovação, o BNDES Florestas Inovação investe R$ 30,8 milhões, em parceria com a Embrapa e a UFSCar, para desenvolver tecnologias de silvicultura de espécies nativas — do melhoramento genético ao manejo florestal.

As iniciativas do BNDES funcionam de forma integrada e complementar. Viveiros criados para restaurar unidades de conservação abastecem projetos vizinhos; redes de sementes apoiadas pelo Fundo Amazônia fornecem insumos para novos plantios; e contratos de carbono do ProFloresta+, parceria com a Petrobras, dão previsibilidade e destravam capital para restauração em larga escala.

Brasil na liderança da nova economia da floresta – Com R$ 7 bilhões já mobilizados e dezenas de projetos em execução, o BNDES reafirma seu papel como indutor da transição ecológica e da bioeconomia de base florestal. O banco demonstra que é possível conciliar conservação, renda e desenvolvimento, fazendo do Brasil um líder mundial em restauração florestal e na construção de uma economia verde, inclusiva e competitiva.

“O restauro florestal é uma solução baseada na natureza, uma tecnologia que a humanidade já domina e que se mostrou extremamente eficiente para capturar carbono. Mas vai além disso: é uma forma de recompor a biodiversidade, gerar emprego e renda e reconstruir a vida das comunidades locais a partir da floresta”, concluiu Mercadante.