Em discurso, presidente da COP30 pede soluções e defende 'COP da Verdade'

 O diplomata André Aranha Corrêa do Lago assumiu oficialmente, nesta segunda-feira (10), a presidência da COP30, em Belém, com um discurso marcado por emoção, realismo e senso de urgência. Ele afirmou que a conferência deve ser lembrada como a “COP da Verdade”, capaz de apresentar soluções concretas e integrar a agenda climática à economia e à geração de empregos.

“Queremos que esta seja uma COP que apresente soluções. Uma COP de adaptação, que integre o clima à economia, às atividades e à criação de empregos e, mais do que tudo, uma COP que ouça e acredite na ciência”, declarou Lago, ao abrir oficialmente a 30ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudança do Clima.

O presidente da COP também destacou a necessidade de agir com urgência diante dos eventos climáticos extremos que vêm afetando o planeta. “A questão da urgência é o elemento adicional agora tão presente, e que nos é lembrado com grande tristeza, como, por exemplo, nas enchentes no Brasil, nas Filipinas e na Jamaica”, disse.

Em tom simbólico, Lago também ressaltou que esta deve ser uma COP de implementação e de união. “Durante o período de mobilização, conseguimos que uma palavra de origem indígena brasileira, mutirão, se tornasse conhecida em todos os dicionários. E é através do mutirão que poderemos implementar as decisões desta e das anteriores COPs.”

Diplomata com mais de quatro décadas de carreira, André Lago participou da Rio 92, conferência que deu origem à Convenção do Clima, e agora assume a missão de liderar a COP que acontece pela primeira vez na Amazônia. “É uma imensa honra assumir a presidência da COP30. Sei da responsabilidade que temos, não só nestes 12 dias de conferência, mas também pelos 12 meses de mandato à frente deste processo”, afirmou.

Ao encerrar o discurso, Lago fez um apelo pela confiança na ciência e pela ação conjunta entre países: “Estamos quase lá, mas ainda temos muito a fazer. Que esta seja a COP da Verdade”.