Publicado em 22 de outubro de 2025 às 12:16
Rumo à COP30, a agricultura brasileira se destaca como parte da solução para a crise climática. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) apresentará, em Belém, ações e tecnologias que reforçam esse papel. Para Ana Euler, diretora de Inovação, Negócios e Transferência de Tecnologia, a COP30 é uma oportunidade de demonstrar que a ciência é essencial para enfrentar os desafios climáticos.>
Para ela, a Embrapa leva a Belém soluções desenvolvidas ao longo de cinco décadas de pesquisa, que unem produtividade, conservação ambiental e inclusão social. No espaço da Embrapa durante a COP30, a instituição não vai apenas dar visibilidade às suas soluções vivas, mas também abrir espaço para debates de caráter técnico-científico, contribuindo com a ciência para políticas globais de enfrentamento das mudanças do clima.>
“Não existe possibilidade de traçarmos uma estratégia para o enfrentamento das mudanças do clima sem estarmos aliados à ciência. Então, a ciência faz parte das soluções. A agricultura, ou as agriculturas, têm que ser parte da solução, e tem que ser agora”, afirma Ana Euler.>
No esforço de levar a pesquisa em agricultura para a conferência, a empresa organizou a Jornada pelo Clima, iniciativa em parceria com o governo e outros parceiros, que busca sensibilizar a sociedade sobre questões climáticas e promover tecnologias e práticas agrícolas brasileiras para adaptação da agropecuária e mitigação de emissões de gases de efeito estufa (GEE). “A jornada reflete décadas de pesquisa e reforça nosso compromisso com inovação e responsabilidade socioambiental”, explica Ana Euler.>
A Embrapa tem direcionado seus esforços para o desenvolvimento de uma agricultura adaptada às mudanças climáticas e comprometida com a sustentabilidade. A iniciativa Jornada pelo Clima busca aproximar diferentes setores da sociedade, promovendo o intercâmbio de conhecimentos e a difusão de soluções tecnológicas voltadas à construção de sistemas produtivos mais resilientes.>
Agricultura de baixo carbono>
Uma das iniciativas da Embrapa a ser apresentada na COP30 será uma metodologia para medição da saúde do solo. O método de diagnóstico avalia o impacto do uso de tecnologias na fertilidade do solo. A ferramenta consegue identificar fatores que limitam a produtividade e afetam a estabilidade de produção. Segundo Ana, a empresa tem trabalhado em uma agricultura conservacionista, o que resulta em uma boa gestão dos solos.>
“A Embrapa, representando uma empresa de pesquisa voltada à sustentabilidade da agricultura, pode colaborar de forma significativa para mostrar, influenciar e inspirar todas as nações do mundo em uma agenda de transição climática da agricultura, já que sabemos que a agricultura e o uso e ocupação do solo são responsáveis por um terço das emissões globais”, explica a diretora.>
Outra ação é a Carne Baixo Carbono (CBC), marca-conceito que identifica carne bovina produzida em pastagens tropicais com práticas de manejo que reduzem emissões de GEE. O protocolo define diretrizes para manejo do solo, pastagens e animais, incentivando a produção sustentável. A iniciativa complementa o protocolo Carne Carbono Neutro (CCN), ampliando opções de mitigação das emissões na pecuária brasileira.>
“A pecuária de baixo carbono busca não apenas reduzir emissões, mas promover atividades regenerativas, serviços ambientais, biodiversidade e inclusão social”, afirma Ana Euler.>
A diretora também destacou novos bioinsumos desenvolvidos em parceria com empresas, que ajudam as plantas a enfrentar períodos de seca e fortalecem a adaptação ao estresse hídrico. “Atuamos no melhoramento genético das plantas e no sistema solo-planta, garantindo maior preparo para eventos de estresse hídrico.”>