Publicado em 12 de outubro de 2025 às 13:14
As Conferências das Partes (COPs) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês) são realizadas anualmente desde 1995 — com exceção de 2020, em razão da pandemia. Reúnem hoje negociadores das 198 partes do acordo, além de representantes da sociedade civil. Embora mantenham uma estrutura básica desde a primeira edição, o formato vem sendo aperfeiçoado ao longo dos anos para refletir os novos desafios globais.>
A COP é o principal órgão decisório da UNFCCC, composta por todos os países signatários e ratificadores do tratado. Na 30ª Conferência das Partes, presidida pelo Brasil, foram introduzidas inovações importantes, com foco em ampliar os espaços de diálogo e a participação social. O objetivo central foi assegurar que, além das autoridades e delegações oficiais, a voz da sociedade em geral também tivesse maior presença no processo decisório.>
Veja como é a estrutura da COP30:>
Presidência e diretoria-executiva>
A cada edição, um dos países integrantes da UNFCCC assume a presidência da COP e sedia o evento. Em 2025, o Brasil exerce esse papel pela primeira vez e indicou o embaixador André Corrêa do Lago, secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores, para presidir a conferência.>
O presidente da COP funciona como um mediador de conferência, responsável por conduzir os debates, mediar posições divergentes e facilitar acordos entre múltiplas partes, representando o interesse coletivo do processo multilateral.>
Por enquanto, Corrêa do Lago é o presidente designado. Ele será empossado durante a COP30.>
A Presidência da COP possui quatro eixos de atuação direta:>
De forma complementar à Presidência da COP30, atua a secretária nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Ana Toni, indicada pelo governo federal para o cargo de diretora-executiva (CEO) da conferência. Essa função foi criada na COP26, em Glasgow, e suas atribuições são ajustadas a cada edição, de acordo com a Presidência.>
Na COP30, a responsabilidade central de Ana Toni é coordenar a articulação com a sociedade civil, ampliando a participação social no processo e fortalecendo o diálogo entre governos, organizações e comunidades.>
Campeões climáticos>
A UNFCCC indica, anualmente, duas pessoas que podem facilitar a mobilização em torno de soluções: os campeões climáticos. Eles atuam como ponte entre governos e sociedade civil, articulando ações por parte de empresas, cidades, regiões e instituições financeiras, a fim de apoiar os governos no cumprimento das metas do Acordo de Paris.>
Os mandatos duram dois anos. Portanto, sempre há quatro Campeões do Clima atuando simultaneamente – dois da conferência anterior e outros dois da conferência em curso. O Campeão de Alto Nível da COP30 é o empresário Dan Ioschpe, enquanto a Campeã da Juventude do Clima é Marcele Oliveira, cujo trabalho é estimular a participação de jovens nas políticas climáticas e ampliar suas vozes perante a Presidência da COP30 e a UNFCCC.>
Inovações brasileiras>
Para a COP30, o Brasil criou os Círculos, grupos temáticos liderados por ministros, que reúnem atores públicos, privados, comunitários e internacionais com o objetivo de ampliar a mobilização e articular ações concretas em prol do clima. Por meio dessas estruturas estão sendo realizadas uma série de ações e debates, cujos resultados serão apresentados à Presidência da COP30, para subsidiar e fortalecer as discussões.>
Foram instalados o Círculo de Balanço Ético Global, o Círculo de Ministros de Finanças para o Mapa do Caminho de Baku a Belém, o Círculo de Povos, e o Círculo de Presidentes de outras COPs.>
Também foram instalados os Conselhos de Adaptação, Científico, de Economistas, de Inovação Tecnológica e Inteligência Artificial. Estes quatro grupos são formados por especialistas, indicados pela Presidência da COP para oferecer recomendações estratégicas.>
Além disso, o Brasil nomeou Enviados Especiais que apoiam a Presidência da COP30 no engajamento e na escuta de setores e regiões prioritárias para o sucesso da conferência.>
O número de representantes supera o registrado em edições anteriores: são sete internacionais e 22 nacionais, todos líderes reconhecidos em suas áreas de atuação. Eles atuam como pontos de contato da Presidência, contribuindo para ampliar o alcance e a efetividade dos esforços de preparação da COP.>